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Tem protagonista gay, romance e muita violência
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Tem protagonista gay, romance e muita violência

| PLAYSTATION | Continuação de um dos jogos mais premiados na história dos games, The Last of Us, parte 2 tem primeiro gameplay divulgado na E3
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Jogo mais aguardado da plataforma Playstation na E3, a maior feira de games do mundo, The Last of Us: parte 2 ganhou ontem um trailer com gameplay de 11 minutos. O trecho, que combina romance e violência extrema, sugere rumos para a história de Joel e Ellie e aponta lacunas de um arco narrativo cujas peças os fãs vêm desesperadamente tentando montar desde 2016, quando a continuação da história foi anunciada.


De lá pra cá, a produtora Naughty Dog, a mesma da série Uncharted, já havia lançado outros dois trailers exclusivamente cinemáticos (sem a parte jogável, que é o que importa). No primeiro, de dois anos atrás, Ellie, então com 19 anos, toca violão num quarto ao lado de um corpo. Tem o rosto coberto de sangue. A canção, dedilhada no instrumento, fala sobretudo em vingança. Ao fundo, Joel pergunta se ela vai mesmo querer continuar com isso. Ellie responde: “Eu vou encontrar e matar até o último deles”.

[SAIBAMAIS]

E o que se vê agora? Bom, as expectativas eram altíssimas. Pode-se dizer que o diretor criativo responsável pela obra, Neil Druckmann, não decepciona. A sequência de Last of Us, um dos jogos mais premiados na história dos videogames, é não apenas fiel ao universo do primeiro, que explora a relação paterna que se desenvolve progressivamente entre Joel, sobrevivente num cenário pós-apocalíptico nos Estados Unidos, e Ellie, uma adolescente órfã de 14 anos.


Ainda sem data de lançamento, a segunda parte da narrativa aprofunda-se na formação de uma psicologia de confinamento. É sombrio e brutal, o que se reflete tanto na mecânica da obra (a continuação tem Ellie como personagem principal na maior parte do tempo) quanto nos temas musicais e na paleta de cores. O resultado é um game mais denso, com a música incrível do argentino Gustavo Santaolalla (vencedor de dois Oscar de melhor trilha sonora por Babel e O segredo de Brokeback Mountain) acentuando o leitmotiv da protagonista. E qual é ele?

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Essa é a grande resposta da E3 2018. Se o primeiro TLOU trata de um tema raro no mundo dos videogames – resistir à perda de humanidade num mundo assolado pela animalidade e construir relações de empatia –, a sequência mergulha nos traumas de uma menina que foi alvo de abuso sexual e precisou aprender a se defender sozinha num mundo no qual os zumbis são apenas parte do problema.


Para quem acompanhou atentamente o trailer de Last of Us: parte 2, porém, a Naughty Dog deixa uma pista: uma pulseira trançada usada por uma nova personagem, Dina, com quem Ellie dança e depois se beija, num dos momentos mais bonitos do trecho. Dina utiliza o acessório no pulso direito: trançado, ele carrega o símbolo de hamsá, que, para o hinduísmo, significa a capacidade de deter o mal. Também serve de proteção para quem o carrega.

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De alguma forma, essa pulseirinha, que muda de portador na mesma peça apresentada antes de ontem, pode ser a chave para entender a trajetória de Ellie – de menina vulnerável e dependente da proteção paternal de Joel até o protagonismo e a brutalidade com que liquida seus inimigos nesta continuação.


Essa dualidade, uma das marcas do conteúdo divulgado na última segunda-feira, começa a explicar por que a personagem deseja vingança. Nisso ela se iguala a Joel: o combustível do ódio é quase sempre a morte.

 

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