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Fotografar para ser livre
Vida & Arte

Fotografar para ser livre

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Estamos acostumados a ouvir que o Ceará é a “Terra da Luz”. O termo deve-se ao pioneirismo na abolição dos escravos (em um estado ainda hoje marcado pelo racismo), mas também pode ser associado à luminosidade do lugar, potente para quem faz da luz um caminho de expressão artística, construção de memória e transformação social. O Ceará é terra de fotógrafos. Terra de Chico Albuquerque, um mestre cujo centenário foi celebrado há um ano, e também do coletivo Dois Vetim, que agarra a luz como possibilidade de invenção da vida nas periferias de Fortaleza. De tantos outros.

 

A criação do Programa de Fotopoéticas no Porto Iracema das Artes fortalece o campo da fotografia, da cultura e da arte no Estado, e dialoga com a utopia narrada por Vilém Flusser, filósofo tcheco radicado no Brasil. Para este autor, “a filosofia da fotografia é necessária porque é reflexão sobre as possibilidades de se viver livremente num mundo programado por aparelhos”. Discutir e produzir imagens é estratégico para pensar a realidade posta e transformá-la, construindo um Ceará em que a liberdade seja permanente na afirmação cotidiana da vida.

IANA SOARES

jornalista e fotógrafa

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