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Artesãos debatem valorização cultural de produtos cearenses
Vida & Arte

Artesãos debatem valorização cultural de produtos cearenses

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O artesanato movimenta R$ 50 bilhões por ano e sustenta 10 milhões de pessoas no País, de acordo com dados divulgados pelo Governo Federal em 2017. Esse mercado crescente, aliado à moda, gera frutos não apenas financeiros: a perpetuação da cultura regional é garantida. O painel Moda e Artesanato, no Festival Vida&Arte na tarde de ontem, reuniu os artesãos Espedito Seleiro, Ethel Whitehurst e Jô de Paula. A jornalista do O POVO Jully Lorenço mediou o debate.


“Todos nós, artesãos, estamos muito entrelaçados. Driblamos muitas situações e somos muito criativos”, destaca a empresária carioca radicada no Ceará Ethel Whitehurst. Renomada internacionalmente pelo trabalho com bordado há quase 50 anos, Ethel elegeu a defesa do trabalho artesanal como engajamento indispensável na área. “Comecei a bordar blusas com renda, sempre valorizando o que é nosso, como labirinto, crochê, renda de bilros e richelieu. É por isso que defendo pagar bem a quem produz, valorizar a cadeia produtiva”.


Mestre da Cultura, Espedito Seleiro é uma referência na linguagem. “Continuei o trabalho do meu pai, Raimundo Seleiro, porque precisava ganhar o pão de cada dia e manter uma tradição de cinco gerações. Não vou deixar se acabar a tradição do cearense, do sertanejo. Quando acabaram os cangaceiros, vaqueiros e os ciganos, decidi criar um estilo novo no mercado”, conta o artesão. Suas alpargatas, bolsas e demais peças em couro colorido possuem identidade singular.


À frente da marca de bolsas de crochê Jô de Paula, a artista carioca Joana de Paula encontrou no Ceará materiais adequados para unir design e produção autoral. “Esse desejo de fazer algo diferente produz um item atemporal. A gente tem que aproveitar esse momento em que a arquitetura e a moda estão voltadas para o artesanato e não deixar que toda essa riqueza se perca”, opina.

 

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