Tiago Araripe é cearense do mundo. Viveu em Fortaleza, São Paulo, Recife e está, novamente, de passagem pela capital cearense para, depois, seguir até Portugal. Na bagagem, ele traz o repertório de seu novo EP, o Na Mala, Só a Viagem, lançado em janeiro. O compositor, cantor e músico sobe hoje ao palco do Theatro José de Alencar para apresentar o novo repertório e fazer um percurso por sua obra, que teve início lá na década de 1980.

Há 12 anos sem fazer show solo em Fortaleza, Tiago conta que, desta vez, priorizou a Capital para a estreia do seu disco. “Com o álbum anterior, o Baião de Nós, produzido por mim e pelo Zeca Baleiro, eu não tive a oportunidade de vir a Fortaleza. E fiquei com essa lacuna”, recorda. Na apresentação de hoje à noite, Tiago estará acompanhado pelo “power trio” formado por Caio Castelo (guitarra, teclado, efeitos e direção musical), Rian Batista (contrabaixo) e Igor Ribeiro (bateria), além de Clarissa Araripe dividindo os vocais com o pai.

O trabalho que tornou Tiago conhecido foi lançado em 1982 pelo selo da Lira Paulista, intitulado Cabelos de Sansão, relançado posteriormente,em 2008, pela Saravá Discos, selo de Zeca Baleiro. O álbum foi antecedido por compactos que começaram a ser gravados em 1974, tendo, inclusive, lançado um trabalho em parceria com Tom Zé.

“Eu confesso que estava completamente afastado da música até alguns anos atrás. Eu já tinha ralado um bocado. Foi quando Zeca me propôs o relançamento do Cabelos de Sansão”, conta Tiago, falando sobre sua retomada musical, em 2008. “Eu vi que não podia deixar aquilo tudo pra trás. Os genes da música pulsaram mais forte. Foi aí que surgiu o projeto Baião de Nós. Eu vi que tinha de seguir em frente”, celebra.

Assim como Ave Sangria, Di Melo e outros nomes da música brasileira, os serviços de streaming foram os responsáveis pela retomada de Tiago Araripe para os palcos e para os estúdios. Uma nova geração passou a ter contato com sua música, a partir de YouTube, Spotify, Deezer, iTunes e outras plataformas.

“A grande vantagem destas plataformas digitais é que resgatam nomes da música e discos e se tornam acessíveis a muitas outras pessoas. A gente vê nossas músicas em playlists de todos os cantos do País agora”, acredita e brinda: “Até a set list do meu show, eu mandei para os músicos no Spotify”.

LANÇAMENTO DE “NA MALA, SÓ A VIAGEM”

Onde: Theatro José de Alencar (rua Liberato Barroso, 525 - Centro)

Quanto: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)