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Rampage: Destruição Total Filme é reprodução do game descerebrado
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Rampage: Destruição Total Filme é reprodução do game descerebrado

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É engraçado assistir Rampage: Destruição Total. Dirigido por Brad Peyton, o filme não é uma comédia, mas funciona perfeitamente como aquela obra que está te esperando em um dia estressante. Fora isso, as qualidades do filme são poucas.

O longa tem uma premissa boba; resoluções fáceis; inúmeras reviravoltas; e diálogos preguiçosos.


Para quem não sabe, o filme é uma adaptação do jogo Rampage, que tinha animais gigantes como protagonistas nas destruições de cidades. O diretor, não muito satisfeito, ainda inclui Dwayne Johnson, astro carismático, que também se especializou em destruir metrópoles. Não à toa que o homem está cada vez maior.


No filme, um acidente na órbita da Terra faz caírem três caixas com um mutagênico que cria nos EUA três animais gigantes.

Eles são atraídos até Chicago por um sinal. A partir disso, cabe ao “The Rock” impedir uma catástrofe como aquela que acontece no jogo.

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Enquanto os defeitos se manifestam aos poucos, é perceptível o talento do diretor em simplificar os atos do filme. Logo no início Rampage mostra ao que veio, apresentando pessoas sendo devoradas por animais gigantes e uma destruição envolvendo um gorila e um lobo.


Quando a missão, de fato, começa, os problemas surgem. É curioso, por exemplo, como praticamente todos os personagens precisam explicar alguma coisa. Eles justificam as suas ações, mesmo quando ainda estamos vendo o que está sendo narrado. Uma situação clara disso disso é quando os vilões contam o que está acontecendo na cidade, mesmo havendo uma televisão mostrando tudo que está sendo dito.

Consequência do roteiro fraco e expositivo.


Já os personagens são completamente bobos. Eles são tão genéricos que, em vários momentos, o diretor resolve apresentá-los convenientemente quando é preciso. O desenvolvimento do personagem de Jeffrey Dean Morgan, por sinal, é um dos que mais interessantes, ainda que ele se resuma a conclusão que remete ao seu surgimento, o que cria uma sensação de redundância. Além disso, tudo é raso. Os vilões possuem os seus arquétipos pré-definidos e surgem sem nenhuma novidade, como os humanos malvados, que precisam ter o rosto marcado por algum corte para mostrar como eles são cruéis. O mesmo vale para os monstros, que são criaturas nojentas. Exceto o gorila, que tem que ser fofo como os protagonistas americanos.


Depois disso, a obra se resume a inúmeras sequências de ação que, apesar do gosto amargo, são incrivelmente divertidas. Fica evidente que o seu intuito e foco criativo é aquele que envolve uma destruição iminente na cidade de Chicago. Esse ato conclusivo é surpreendente por todo o seu esforço em ser diferente. Enquanto que dezenas de filmes são lançados mensalmente com monstros gigantes destruindo as cidades, o diretor se esforça em mostrar o quanto se diverte com a violência, algo que se torna um diferencial. No filme, nós temos pessoas voando, sendo devoradas e arremessadas como se fossem um pedaço de papel. É uma surpresa sádica que o diretor propõe a apresentar, já que não há substâncias que sustentem o filme.

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