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Maloca Dragão chega à 5ª edição com viés cada vez mais multicultural
Vida & Arte

Maloca Dragão chega à 5ª edição com viés cada vez mais multicultural

| FESTIVAL | A Maloca Dragão chega à quinta edição abraçando missão de ser ainda mais multicultural. Neste ano, evento relembra movimentos sociais de maio de 1968
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Nascida para comemorar aniversário de 15 anos do Centro Dragão de Arte e Cultura, a Maloca Dragão atraiu olhares dos fortalezenses, em 2014, por aglutinar diferentes linguagens artísticas em extensa programação. De lá para cá, o festival só cresceu e agora chega à quinta edição se colocando ainda mais multicultural. Com mais de 150 atrações - incluindo música, literatura, circo, dança, cultura popular tradicional, arte urbana, teatro e gastronomia - a programação começa amanhã e se espalha por 20 pontos da Praia de Iracema e do Centro.

 

“Existe por parte da elite de Fortaleza essa ideia de que, quando uma festa está ‘muito misturada’, ela não está boa. Pois a Maloca é isso: uma festa cada vez mais misturada. O Dragão é pensado para ser assim”, afirma Paulo Linhares, presidente do Instituto Dragão do Mar e idealizador do equipamento público e do festival. Para o gestor, a principal evolução do evento nesses anos foi o alcançe de plateias diversas. “Conseguimos manter casa cheia e diálogo mais direto com o público”, afirma, completando: “o nome já foi pensado por isso, ‘maloca’ que dizer encontro de todas as tribos”.

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Nas diferentes frentes, o festival é pautado pela diversidade. Na música, por exemplo, o line-up parte de um nome consagrado da MPB, Gilberto Gil, passa por uma banda de “vanguarda” como Francisco, El Hombre e chega ao forró das antigas do Lagosta Bronzeada. “A gente busca também um público que não tem tanta frequência no Dragão, como é o do forró. Já teve Beto Barbosa, Eliane, Kátia Cilene”, detalha João Wilson, diretor de Ação Cultural do equipamento público, apontando que, ao longo dos anos, a estratégia de aglutinar tem logrado êxito.

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“A Maloca é um palco que contempla os artistas locais e esse crescimento do evento é uma coisa alimentada também por esses artistas daqui. A Maloca não seria tão grande se não tivesse uma geração num momento tão inspirado como esse que o Ceará está vivendo”, avalia o cantor Daniel Groove, cujo show será na próxima sexta-feira, 27, quando lançará o single Seu Amor. Na mesma noite, sobe ao palco Draga Dragão a banda Selvagens à procura de lei, que gravará DVD durante o evento. “É bacana ver músicos cearenses entre as atrações nacionais e lotando os espaços. Essa é grande virada da gente. Agora a gente tem público e isso é uma coisa muito recente e muito massa”, celebra Daniel.


A cantora Soledad se apresentou na primeira edição do festival e acompanhou toda essa evolução. “É talvez uma das coisas mais importantes que tenha acontecido em Fortaleza para a cultura nesses últimos anos. Ano a ano, a Maloca está buscando fortalecer os movimentos que acontecem na Cidade”, pondera a artista. Durante a programação, ela lançará o single De manhã, logo cedo. “Desejo que o evento resista nos próximos anos e, que cada vez mais, a Maloca possa acolher os artistas da nossa Cidade”, afirma Soledad.

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Segundo Paulo Linhares, o orçamento total da edição — incluindo programação, estrutura e comunicação — é de R$ 1 milhão e 500 mil, média semelhante a do ano passado. “É um evento baratíssimo se comparado a outros desse porte e se diferencia de outros (festivais) por ser completamente gratuito”, aponta o gestor. Mesmo assim, ele destaca, a edição ampliou em número de atrações e tem novidades como o projeto Maloca Futuro, que reúne rede de escolas criativas do Estado que vão abrir, ao todo, vagas para mais de 50 mil jovens.


Este ano, o evento homenageia o artista visual Sérvulo Esmeraldo (1926-2017) e antecipa grande exposição que ocupará o equipamento cultural em maio. Com curadoria de Dodora Guimarães (pesquisadora e viúva de Sérvulo), a instalação trará a obra La Femme Bateau, recém-resgatada do mar da Praia de Iracema após ressaca do mar.


SERVIÇO


Maloca Dragão

Quando: de 24 a 29 de abril

Onde: Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e em outros pontos da Praia de Iracema e do Centro, como Theatro José de Alencar e Cineteatro São Luiz.

Programação gratuita

Informações: malocadragao.org.br

 

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