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Exorcisco e Demônios é terror sem susto e sem tensão
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Exorcisco e Demônios é terror sem susto e sem tensão

Em cartaz | Dirigido pelo produtor da franquia Invocação do Mal, o piegas Exorcismos e Demônios é mais um exemplo de terror que não assusta e não cria tensão
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Logo após produzir excelentes obras de terror, como Invocação do Mal 1 e 2, o francês Xavier Gens, diretor conhecido por seus trabalhos em A Fronteira e Hitman, comanda o seu próprio horror. Inspirado em uma história tão real quanto Alice no País das Maravilhas, Exorcismos e Demônios fala do drama de Padre Anton, que é sentenciado à prisão após a morte de uma freira. A partir disso, Nicole Rawlins, uma jornalista investigativa, se esforça para desvendar se o padre, de fato, assassinou uma pessoa doente ou se perdeu uma batalha contra o diabo.


Logo no início fica claro que Gens, infelizmente, funciona melhor como produtor do que diretor. Em seu filme, ele aposta em enquadramentos que não fazem sentido, usa recursos precários para assustar e ainda enfatiza uma fotografia que cria a impressão de que tudo aquilo é tela verde, mesmo quando não é. O problema acontece devido à iluminação, que deixa o ambiente escuro mais da metade da duração do filme. Obviamente, isso foi pensado para assustar e criar mais momentos de tensão.


O texto do longa também é extremamente problemático. Os diálogos são fracos e os astros os interpretam com preguiça, como se tivessem se transformado em robôs. É tudo tão falso, que em inúmeros momentos, o filme parece com Transformers, mas com demônios no lugar de carros falantes. O mesmo pode ser dito sobre o desenvolvimento sem vida, com perdão do trocadilho. O longa está coberto de situações sem sentido e erros de continuidade, como a sequência que a protagonista dorme com a blusa de um jeito, acorda de outro, e, quando se levanta da cama, segundos depois, a blusa já está diferente mais uma vez. Há outros momentos também em que fica perceptível a tela verde ao fundo. A impressão que fica é que, realmente, um fantasma está tentando sabotar o filme, sendo impossível que o diretor e sua equipe não tenham reparado esses erros.


Para completar, o longa é desprovido de emoções. Diferentemente de Corra! e Um Lugar Silencioso, obras de horror que dependem do desconforto da música, montagem e fotografia, Exorcismos e Demônios é pobre em sua técnica. Na verdade, há, sim, momentos de tensão e de sustos. Mas isso se deve mais à trilha sonora que aumenta do nada para poder assustar o público. Mas isso é um detalhe. Tudo está tão equivocado nesse filme, que, durante alguns minutos, me peguei refletindo se a intenção do diretor não era lançar uma obra divertida de erros. Mas não. O filme se leva a sério.


Na verdade, eu sou o equivocado. Exorcismos e Demônios é um grande filme, muito mais engraçado que Pedro Coelho e Nada a Perder. Ou seria tão assustador quanto esses filmes? Não sei.


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