Integrante da Academia Fortalezense de Letras e da Academia Cearense da Língua Portuguesa, Révia Herculano manteve a vida dedicada aos livros e as letras. Após encerrar os estudos na Universidade Federal do Ceará (UFC), foi para as salas de aula dos ensinos fundamental e médio para firmar a carreira de professora. As atividades docentes eram divididas com pequenos escritos acumulados no fundo de gavetas. Apenas com o prenúncio da aposentadoria, no fim dos anos 1990, começou a pensar as possibilidades de publicá-los.
Hoje, a escritora já acumula na carreira a autoria de seis livros destinados ao público adulto e três destinados ao público infantil. “Praticamente preparo um livro de dois em dois anos. Não paro de escrever! Termino um livro e começo outro”, explica, lembrando que o trabalho com cada uma das obras é extenso e meticuloso.
As pesquisas realizadas sobre ambientes, fatos históricos e personagens são feitas por meses e meses até que as narrativas começam a ganhar forma no papel. “Não lanço livros com irresponsabilidade, gosto de lançar as obras com prazer, com alento, com estudo e com pesquisa, com trabalho, com certezas”, garante Révia, que atualmente é uma das candidatas a vaga na Academia Cearense de Letras (ACL) deixada pelo escritor e pesquisador Carlos D’Alge, morto em dezembro do ano passado. “Os escritores da Academia engrandecem o conhecimento de Fortaleza. Nossa Academia é mais antiga do que a Brasileira”, ressalta a escritora.
Atualmente, na busca de aprimorar os conhecimentos que leva aos seus livros, Révia cursa as graduações de Filosofia e Teologia, além de encarar formações sobre mitologia grega - fonte de sua próxima obra. “O livro que estou produzindo é baseado no mito. Fui fazer (os cursos) para me organizar melhor; para me dedicar ao estudo e me aprofundar ao pensamento”, explica a escritora ao O POVO.
“Quando escrevo busco a imortalidade, não da alma, mas a imortalidade alcançada por mãos mortais e que permanece através dos séculos”, explica a escritora, que em seu currículo tem obras como O Silêncio das Araras, Chão Aberto - vencedora do Prêmio Osmundo Pontes de Literatura 2008 -, Solo Sagrado e Por serdes vós quem sois. Entre os títulos infantis estão Dedé Demais, Voando com Isabelhinha - uma aventura ecológica e Foguete de Papel. A obra infantil é inspirada nas observações e nas conversas que Révia Herculano cultiva com seus oito netos. “A literatura dá sentido à perturbadora situação de sermos finitos”, finaliza.