Na última semana, quando Cazuza completaria 60 anos de vida (dia 4 de abril), a Netflix lançou um documentário sobre o Barão Vermelho, banda que decolou no rock brasileiro na década de 1980 e revelou, entre outros, o talento do compositor carioca. O filme Barão Vermelho: Por que a gente é assim?, dirigido por Mini Kerti, homenageia a banda inteira, ainda que brinque no título com a ideia de acusar a rebeldia do grupo.
O filme conta história da banda, formada em 1981. Nele, um dos integrantes, Frejat, dá o seu depoimento sobre todo o período inicial do grupo. Depois disso, o documentário se concentra em entrevistar os outros integrantes, produtores, familiares para voltar no tempo e discutir os maiores problemas que a banda tinha. Também há inúmeros relatos inéditos, como as intrigas que Cazuza teve na estrada com o grupo.
Não só nisso, mas o filme também desenvolve histórias sobre os shows da banda, sucesso do grupo e sobre a relação que cada um tinha com o outro. Tudo sob o ponto de vista principal de Frejat, que, mesmo depois de tudo que passou, continua tocando e cantando sua música em carreira solo. Além disso, o filme enfatiza o processo radical de transformação de cada um e a entrada, no ano passado, do guitarrista e cantor Rodrigo Suricato no posto ocupado por Frejat desde 1985.
[FOTO2]O momento mais interessante, no entanto, é aquele em que o filme responde à pergunta do título, que também dá nome à música de Frejat, Cazuza e Ezequiel Neves gravada em 1984 tanto pelo Barão como pelo cantor Ney Matogrosso. Os músicos do grupo revelam razões para afinidades, intimidade, estranhamentos, rupturas, uso de drogas e deserções comuns em qualquer banda de rock. É divertidíssimo conferir curiosidades como essas, mesmo que o documentário não tome partido sobre o sexo nos depoimentos.
Para quem desconhece a trajetória do Barão, Por que a gente é assim? cumpre a função de narrar os principais fatos, discos e shows. Como, por exemplo, a ascensão do grupo no País, a explosão de Bete Balanço e o sucesso da turnê nacional com o show inspirado no terceiro álbum do grupo (Maior Abandonado). É um excelente documentário, que pode ser conferido sempre que bater as saudades.
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