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Artistas da cena independente migram para as grandes gravadoras
Vida & Arte

Artistas da cena independente migram para as grandes gravadoras

MERCADO FONOGRÁFICO | Cantores como Jão e Aretuza Lovi integram novíssima geração de artistas saídos da cena independente da web para algumas das maiores gravadoras do País
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Até o fim da década passada, nomes como o do produtor musical Rick Bonadio eram cruciais para movimentar o pop nacional. Coube quase que exclusivamente a esses profissionais o lançamento de artistas cujo sucesso se espalhou pelo País – tanto que a empresa do Rick chama Midas Music, referência ao personagem mitológico capaz de transformar tudo em ouro com um toque. Agora, porém, a lógica do pop nacional é outra. Anitta e Pabllo Vittar, cantoras da linha de frente do estilo no País, são prova disso. Elas primeiro aconteceram espontaneamente na internet para depois chegar à indústria propriamente dita. Na busca por se manter em sintonia com o modelo vigente, as grandes gravadoras têm contratado nomes (alguns ainda “pequenos”, mas já com alcance online) para compor seus quadros.


É o caso do cantor Jão, que faz primeiro show em Fortaleza no próximo sábado, no Órbita Bar, na Praia de Iracema. Ele integra essa novíssima geração do pop que assinou contratos com selos de peso. O paulista, agora integrante da Universal Music, festeja o fato de o mercado da música estar aberto a uma relação mais horizontalizada com os novos artistas. Para ele, é fundamental que as empresas respeitem a “essência” desses nomes que já chegam à indústria com público cativo e perfil traçado na web. Jão destaca ainda estar tendo tempo para maturar sua carreira. “Lançar primeiro o single foi importante para eu ir mostrando, aos poucos, quem eu era. Cada música vai sendo um passo para uma identidade musical que eu ainda estou buscando”, reflete.

[SAIBAMAIS]

Diretor artístico e produtor musical da Deckdisc, Rafael Ramos destaca a importância de o mercado estar antenado a nomes em ascensão na web. “Dentro da Deck, toda a equipe é um pouco olheiro, dentro de seus gostos musicais, trazendo informações tanto do que está na rede quanto do que está na rua”, explica. O produtor elenca alguns pontos dessa transição entre a carreira independente e um contrato com grande empresa. “O primeiro desafio de um artista independente ao entrar numa gravadora é a comunicação. O artista pode ter uma ideia do que quer e de como enxerga seu trabalho, mas agora ele terá novas pessoas e uma empresa pensando junto. Então informação e transparência são tudo, pra que se tracem objetivos bem definidos dentro do estilo de cada um”, avalia.


Também saído da web, o músico Gabriel Elias, com EP recém-lançado pela Deckdisc, frisa como ponto positivo da contratação a relação que as gravadoras estabelecem com outros meios de comunicação, indo além da internet. “As mídias tradicionais são superimportantes, assim como a web. Vejo elas como complementares. Nas minhas canções tento levar uma mensagem positiva e minha missão é espalhar isso para todos os públicos, idades, classe social, por todos os cantos”, diz o músico, atualmente trabalhando no projeto Quatro Estações. O EP Outono é o primeiro de quatro (divulgado a cada virada de estação).


Dona do single Arrependida (parceria com Solange Almeida lançada na última segunda, 9), a cantora Aretuza Lovi já tinha legião de fãs quando foi contratada pela Sony Music em dezembro último. Ela faz parte do nicho de intérpretes drags, que desde 2016 movimentam o cenário pop. “Ser artista independente no Brasil é muito difícil, principalmente do meio em que eu venho, existe muito preconceito, todo dia é uma batalha”, afirma a cantora, celebrando agora o “suporte” de uma gravadora.


Para Aretuza, os produtores nacionais estão mais atentos aos diferentes nichos artísticos e isso enriquece toda a cadeia produtiva da música nacional. “A gravadora em que eu estou hoje acredita muito na diversidade. Bato muito nessa tecla de ser uma artista LGTB e como é importante que a gente esteja nesses espaços. Para que nós possamos ter muito mais oportunidade para atingir um público geral, de uma maneira muito positiva, tirando o véu do preconceito”, completa.


Saída dos covers do Youtube, a cantora Yasmin Santos também acaba de entrar para o time da Sony. A multi-instrumentista de 20 anos (toca bateria, violão, guitarra e baixo) aponta a possibilidade de ter contato com uma equipe experiente. “Meu trabalho era realizado de uma forma caseira. Hoje com o apoio da gravadora, eu posso trabalhar com pessoas capacitadas, que me ajudam a trabalhar meu sonho em realidade”,celebra.

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