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Em Jogador Nº1, Spielberg celebra cultura nerd
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Em Jogador Nº1, Spielberg celebra cultura nerd

Depois de dirigir Meryl Streep e Tom Hanks em The Post, Steven Spielberg comanda Jogador Nº 1, filme totalmente permeado de citações à cultura nerd
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Já no trailer, Jogador Nº 1 entrega a chave do seu sucesso. De King Kong a Tracer (do game Overwatch), de Chun-Li (Street Fighter) ao carro DeLorean (de De Volta para o Futuro), de Chucky (o boneco assassino) ao Gigante de Ferro, as referências à cultura nerd dão o tom do novo filme de Steven Spielberg.


Baseado no romance homônimo de Ernest Cline, Jogador Nº 1 é uma aventura futurística que promete misturar ficção científica e saudosismo. Na trama, que se passa em 2044, a morte de Halliday (Mark Rylance) criador de mundo de realidade virtual conhecido como Oasis desenlaça uma corrida pela herança milionária do inventor. Entre corporações poderosas e gênios do mundo todo, o jovem Wade Watts (Tye Sherindan) desponta como um dos líderes da corrida contra o tempo.


A recepção internacional da volta do diretor de E. T. — O Extraterrestre (1982) às ficções científicas tem sido bastante positiva. O diretor norte-americano Robert Rodriguez foi um dos mais elogiosos, definindo, no Twitter, o filme como “diversão clássica de Spielberg”. “Não posso esperar para ver de
novo”, acrescentou.


Diretor de uma das grandes obras de ação do ano passado, Edgar Wright foi outro a ir ao Twitter reverenciar o mestre. “Ainda processando o banquete audiovisual que é o Jogador Nº 1 de Spielberg, que confirma mais uma vez que ele é mestre em montar cenas de ação (pequenas e grandes)”, escreveu o diretor de Em Ritmo de Fuga.


Já na crítica internacional, a recepção tem sido mais amena. Richard Roepper, do jornal Chicago Sun-Times, convida o espectador a mergulhar na grandiosidade da obra. “Você precisa ver esse (filme) na maior tela possível e se deixar levar como se tivesse pisado na mais incrível experiência de videogame já criada”, escreveu. Já Britt Hayes, do site ScreenCrush, diz que o produto final do longa é “pouco mais que o equivalente cinematográfico de uma camisa com referências de cultura pop”. Ai.


A obra na qual Jogador Nº 1 se baseia também não é uma unanimidade. Lançado em 2011, o livro de estreia de Ernest Cline é um bestseller da lista do New York Times, sendo traduzido para mais de 20 línguas. O romance, inclusive, ganhará uma continuação, confirmada pelo próprio autor. Parte do exigente público nerd, no entanto, não vê tal sucesso com bons olhos.


A principal “acusação” contra o filme é de se aproveitar da cultura nerd de forma utilitária. Ou seja, jogar um milhão de referências para estimular a competitividade dos geeks, que, por vezes, se digladiam para provar que sabem mais sobre o assunto que seus pares.


Para bem ou para mal, a discussão não inclui a adaptação de Spielberg — cujos filmes, aliás, são parte da inspiração do romance. Jogador Nº 1 é uma chance de o diretor norte-americano fazer as pazes com o cinema de fantasia/ficção científica. Essa parceria, aliás, vale todo o saudosismo do mundo. Afinal, nenhum outro cineasta tem obras como Os Caçadores da Arca Perdida (1981), E. T., Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993), A. I. Inteligência Artificial (2001), Minority Report - A Nova Lei (2002) e Guerra dos Mundos (2005) no currículo.

 

Outros filmes sobre games


DETONA RALPH (2013)

O filme da Disney acompanha um vilão de fliperama em busca de reconhecimento. A animação joga com referências e é lotada de participações especiais, de personagens como Sonic e Pac Man. A continuação, WiFi Ralph, sai em novembro.

 

SCOTT PILGRIM CONTRA A MUNDO (2010)

Baseado nos quadrinhos de Bryan Lee O’Malley, o filme de Edgar Wright brinca muito com conceitos de games, como as batalhas com chefões e loot após vitórias. A própria banda de Scott, a Sex Bob-omb referencia a “bombinha” da franquia Super Mario. A obra virou game em 2010.

 

TRON: UMA ODISSEIA ELETRÔNICA (1982)

Clássico sci-fi de qualidade questionável, Tron e sua continuação, Tron: O Legado (2010) jogam com conceitos de engenharia eletrônica em uma plataforma de games. O filme virou um mundo no game Kingdom Hearts II (2005).

 

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