Logo O POVO+
A massa que forma uma heroína
Vida & Arte

A massa que forma uma heroína

Edição Impressa
Tipo Notícia Por
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]

Existe um antes e um depois de Lara Croft. A mais icônica entre as heroínas de ação dos games – que já havia ganhado uma versão cinematográfica com Angelina Jolie, em 2001 e 2003 –, volta às telonas com uma roupagem mais condizente com o momento do mundo. Se a combinação de sex appeal, charme e força eram o principal atrativo da versão de Jolie para a personagem, hoje, a heroína, agora interpretada pela sueca Alicia Vikander, aparece muito mais vulnerável e, por isso, tridimensional.


Tomb Raider: A Origem, do norueguês Roar Uthaug, gira todo em torno da personagem. E, dessa vez – e ao contrário dos jogos originais –, a sexualidade não é motor da protagonista. Lara Croft é humana, não um Indiana Jones de seios. A heroína evoluiu e dispensa a sensualidade para “conquistar” o público. Se Jolie foi essencial para mostrar que, sim, mulheres podem ser grandes personagens de ação, Alicia Vikander mostra uma protagonista mais real, impulsionada pelos dilemas em relação ao pai, dedicada à sobrevivência, em vez de qualquer ganância.


A trama em si é genérica. Logo antes de assinar um documento que reconhecia a morte do pai, o lorde Richard Croft (Dominic West), Lara acha uma pista sobre o paradeiro do explorador milionário. Com a ajuda de Lu Ren (Daniel Wu), ela parte para a ilha de Yamatai – terreno perdido próximo ao Japão onde a rainha do Sol, Himiko, teria sido enterrada. Lá, ela encontra o arqueólogo Matthias Vogel (Walton Goggins) e os homens da Trindade, que querem usar os supostos poderes sobrenaturais de Himiko para conquistar o mundo. Ou seja, a trama é uma adaptação livre do game de 2013, considerado um reboot da franquia.


O que há de genérico, no entanto, passa despercebido por conta da forma como Vikander se impõe em tela. Há um bom senso de humor, cenas de ação bem construídas e dilemas que trazem um drama bem palpável à obra. Tomb Raider: A Origem é um ótimo reinício da franquia e faz jus à personagem dos games. Algo que, aliás, quase nunca pode ser dito sobre adaptações de jogos digitais.

André Bloc

O que você achou desse conteúdo?