Logo O POVO+
Passos de inclusão
Vida & Arte

Passos de inclusão

Postura correta e sentimento de capacidade são benefícios que aulas de dança proporcionam a crianças e jovens com deficiência visual
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]

Meia calça, collants, saia e sapatilha. Estes são itens que fazem as sextas-feiras de Ana Júlia e Giovana Emilly serem especiais. Com seis anos de idade, as pequenas superam os desafios da deficiência visual e se aventuram fazendo plié e outros passos nas aulas de balé - ao entrar na sala, por sinal, a empolgação é notória. Ação iniciada no segundo semestre de 2017, o balé inclusivo, que atualmente soma 16 alunas de faixas etárias diversas, é uma parceria entre a Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC) e a Escola de Ballet Goretti Quintela.


Selma Maria, mãe de Giovana Emilly, ficou sabendo das aulas após uma reunião que a SAC realizou para informar os pais sobre a parceria. Giovana participa dos encontros desde o começo da iniciativa e, segundo sua mãe, o balé já trouxe benefícios para a filha. “A dança fez com que a Giovana ficasse mais esperta e andasse de maneira correta. Às sextas-feiras, ela acorda mais animada, manda vestir a roupinha e já vem toda arrumada”, conta. Selma afirma que, enquanto a parceria existir, sua filha participará das aulas.


Júlio Cesar acompanha a filha Ana Júlia em todas as aulas e garante que os momentos fazem bem para a pequena. “Hoje, a postura da Ana Júlia é outra. Além disso, ela se tornou mais obediente, já que aqui elas aprendem muito sobre regras”, pondera. Ao ser perguntada sobre a experiência, Ana Júlia responde com entusiasmo: “eu me sinto nas nuvens”. Além da filha, Júlio César leva outras crianças da SAC que não têm meio de transporte para a aula.


Segundo Goretti Quintela, professora e proprietária da escola, as aulas significam a realização de um sonho. “A escola é formadora e nós realizamos o trabalho para quem quer fazer balé. Essas crianças têm audição e concentração maravilhosas e nós temos técnicas específicas para esse público.” As aulas do balé inclusivo são ministradas por quatro professoras: uma dita os passos e três auxiliam as crianças nos movimentos. A professora e coordenadora Vivian Castro conta que fazer parte da iniciativa é uma grande alegria. “É um trabalho muito especial. Quando nós plantamos essa semente, fazemos um algo grandioso”, finaliza.


Cleydiana Freitas, 29, perdeu a visão aos 12 anos, porém nunca deixou que isso fosse empecilho para realização dos seus sonhos. A jovem, graduada em Educação Física, é bolsista da Escola de Ballet Goretti Quintela. Segundo Cleydiana, a dança fez com que ela se surpreendesse consigo. A partir de fevereiro, a aluna sairá da sua atual turma e passará a ter aulas com demais alunos da escola. “Comecei a fazer balé e me sinto muito satisfeita e realizada. Mesmo já tendo feito atletismo e natação, o balé era um tabu na minha vida. Depois que perdi a visão, não acreditava que fosse capaz de dançar, mas a escola veio para mudar isso”, finaliza.


SERVIÇO


Escola de Ballet Goretti Quintela

Onde: rua São Paulo, N° 1718 – Jacarecanga (sede 1) / av. Viena Weyne, 900 – Edson Queiroz (sede 2)

Telefone: 3238 2631 e 3271 4449

Instagram: @escoladeballetgorettiquintela

Facebook: Escola de Ballet Goretti Quintela Centro

 

OP ONLINE


Confira fotogaleria no canal Revistas O POVO (bit.ly/2DPx46o)


 

 


 
O que você achou desse conteúdo?