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Nova novela das sete tem alto investimento em computação gráfica
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Nova novela das sete tem alto investimento em computação gráfica

Nova novela das sete tem alto investimento em computação gráfica e, apesar da temática medieval, trata de assuntos contemporâneos
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Tem espaço para muito “girl power” na nova novela das sete da Rede Globo, Deus Salve o Rei. E o “poder” em questão não é somente o que diz respeito à força de mulheres fortes e empoderadas. A personagem Selena, vivida pela atriz Marina Moschen, possui dons sobrenaturais e pode mudar o ambiente de acordo com as suas emoções. Na trama, a jovem não aceita o cargo de trabalho como cozinheira e briga para se tornar a primeira aluna da academia militar do reino de Montemor. Em meio às lutas, a força da guerreira em formação começa a ser revelada.

Para sustentar os dons sobrenaturais de Selena e todo o ambiente medieval – de castelos e vastos campos montanhosos –, a emissora investe pesado em computação gráfica. Deus Salve o Rei tem a maior equipe de efeitos especiais que uma novela da Globo já teve: são quase 100 profissionais. Um dos principais recursos utilizados é a extensão cenográfica, um recurso em 3D que “completa” o cenário real da cidade cenográfica ou do estúdio.

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“Para os salões de trono, por exemplo, temos quatro metros reais (de cenário) e outros 12 virtuais. Isso só será possível em uma novela diária graças a uma reorganização dos processos atuais de produção de efeitos, em conjunto com o desenvolvimento de novas técnicas e ferramentas, que devem acelerar o processo de criação e finalização de efeitos visuais”, detalha Fernando Alonso, gerente de Operações de Tecnologia do Entretenimento da Globo. Segundo Fernando, a busca da equipe é por contar esta história “com a grandiosidade que ela merece”.


Para as cenas de batalha, a equipe está trabalhando com diferentes recursos, que incluem cenas gravadas em uma floresta rodeada de chroma key (fundo verde). A maior parte dessa floresta será inserida virtualmente na pós-produção. Toda a cidade cenográfica foi construída indoor (ou seja, está dentro de um galpão) para que a luz seja criada e a trama, cheia de tons frios, não tenha interferência da luz natural. “Lógico que a gente sabe que existem limitações de tempo, porque muitas coisas demandam computação gráfica, mas até agora foi tudo muito tranquilo”, aponta o autor da novela, Daniel Adjafre, que diz que a construção desses reinos está sendo “satisfatória” para toda a equipe. “Até agora tudo o que imaginei está ainda melhor”, completa.

 

Estruturas mantidas

Apesar de partir de cenário inovador, a novela mantém algumas estruturas já conhecidas da teledramaturgia. O amor de um homem rico por uma mulher pobre, por exemplo, é clichê recorrente nas histórias do gênero. A presença de uma vilã obstinada, também. Em Deus Salve o Rei, a malvada da vez é a princesa Catarina, vivida por Bruna Marquezine, que é herdeira do reino de Artena e tem ideias de expansão (provocando a guerra com Montemor). Tem também um núcleo cômico que é encabeçado por Tatá Werneck, o que deve acomodar o público num modelo já conhecido de consumir novela.

Renato Abê

 

 

NOVELAS DAS SETE QUE INOVARAM

 

Que rei sou eu? (1989) A história se passava em 1786 e fazia alusão direta à Revolução Francesa, sendo ambientada no reino de Avilan, um país fictício da Europa. A trama era protagonizada por Jean-Piérre, herdeiro de um trono corroído por injustiças sociais e corrupções. A novela tinha ainda o superpoderoso bruxo Ravengar, que se tornou muito popular. Com diálogo direto com o momento político de reabertura à democracia que o País vivia, a novela foi um sucesso de audiência.


Kubanacan (2003) Ambientada nos anos 1950, na fictícia ilha caribenha Kubanacan, a novela fazia sátira aos problemas dos países sul-americanos. Em pauta, corrupção, empreguismo, coronelismo e inchaço da máquina pública. A novela das sete, escrita por Carlos Lombardi, foi sucesso de audiência e terminou com média de 44 pontos. Antes prevista para acabar em novembro, foi esticada pela Globo até o final de janeiro de 2004.


Bang Bang (2005) Baseado em personagens da literatura e do cinema para construir cenário de velho oeste, Bang Bang satirizava o Brasil tendo como fio condutor o desejo de vingança e justiça do herói protagonista, no ano de 1881, na fictícia cidade de Albuquerque. A trama, porém, foi rejeitada pelo público, chegou a afetar a audiência do Jornal Nacional e ainda teve concorrência com a novela Prova de Amor, da Record, que foi um sucesso. Por conta da baixa audiência, Bang Bang chegou a ter a duração dos seus capítulos reduzida.

 

QUEM É QUEM

 

Afonso (Rômulo Estrela) é herdeiro do reino de Montemor, porém, abre mão da coroa em nome de um grande amor. A escolha de Afonso afeta o futuro político entre reinos.


Vendedora de caldos em Artena, Amália (Marina Ruy Barbosa) se apaixona por Afonso, sem saber que ele pertence à realeza. A plebeia é noiva de Virgílio (Ricardo Pereira).


Ambiciosa, Catarina (Bruna Marquezine) é filha do rei de Artena (Marco Nanini). A jovem tem planos expansionistas de ocupar o reino vizinho, Montemor.


Irmão mais novo de Afonso, Rodolfo (Johnny Massaro) não quer o trono. Ele sequer sabe andar a cavalo ou usar arco e flecha. O jovem acaba tendo de assumir responsabilidades.


Par romântico de Rodolfo, Lucrécia (Tatá Werneck) é uma princesa nada apegada a formalidades. Com múltiplas personalidades, ela tem jeito sedutor e atrapalhado.

 
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