Logo O POVO+
Cícero & Albatroz aproxima o cantor carioca de novas sonoridades
Vida & Arte

Cícero & Albatroz aproxima o cantor carioca de novas sonoridades

Quarto disco da carreira do cantor carioca Cícero, agora com a banda Albatroz, reflete sobre urbanidade e aproxima o artista de nova sonoridade
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]

Em 2011, o carioca Cícero encontrou o sucesso nacional com Canções de Apartamento, um primeiro disco totalmente independente, gravado no apartamento do próprio artista (daí o nome) e recheado de canções melancólicas e românticas. Do aconchego do lar e seis anos depois, o cantor e compositor encara a cidade em Cícero & Albatroz, quarto CD da carreira e o primeiro assinado juntamente com a banda que acompanha o carioca nas apresentações pelo País - formada por Bruno Schulz (órgão eletrônico), Felipe Pacheco Ventura (violinos e wurlitzer), Gabriel Ventura (guitarra), Matheus Moraes (trompete), Pedro Carneiro (wurlitzer), Vitor Tosta (trombone) e Uira Bueno (bateria).


Entre o apartamento e a cidade, Cícero passou por Sábado (2013) e A Praia (2015), discos que tiveram menos impacto junto ao público, mas que já apontaram para outros caminhos seguidos pelo artista. “Depois que lanço um disco, faço apresentações e, nesse meio tempo, vou compondo, sinto uma necessidade de renovar o repertório. Quando eu paro, reviso e vejo se tenho material para um disco novo e depois vejo como produzir”, explica o passo-a-passo. “Dessa vez, eu achei que seria interessante gravar com a banda que vai para a estrada comigo. Com a convivência e a intimidade musical, começou a haver colaboração de ideias”, avança Cícero.


O disco novo traz questões e reflexões marcadamente urbanas, com menções nas composições à rua e ao asfalto, por exemplo. O processo de produção do disco teve relação com mudanças na vida pessoal do cantor. “Quando eu fiz A Praia, tinha acabado de chegar em São Paulo, era um disco feito com saudosismo do Rio. Esse novo veio assim que eu voltei de lá, no final de 2016, e de volta ao Rio senti coisas em comum entre as duas cidades, vi aspectos como o caos urbano, que é um fato. Fiquei imbuído desse sentimento e quis muito falar sobre isso”, diz.


O movimento repetitivo da cidade grande foi uma das principais inspirações do artista, estando presente tanto no conteúdo quanto na forma (com músicas em que certos versos se repetem “repetidamente”). “A Cidade resume esse aspecto das mesmas coisas repetidas. Os motivos de desespero são a fome, a violência, já as alegrias são o carnaval, o feriadão. Você sabe onde tem violência, onde não tem, em que mês vai chover e alagar”, ilustra. “A repetição de versos é um recurso que uso muito desde o primeiro disco, e é sempre para reafirmar uma monotonia do ato. No caso desse disco, foi com a intenção de reafirmar esses ciclos”, estabelece.


Unindo a sonoridade da banda à temática, vem se falando na crítica de música que Cícero & Albatroz é um desvio da melancolia que marcava a obra do carioca até então. Para o artista, é tudo uma questão “do ponto de vista de quem ouve”. “Eu não penso muito se as músicas são melancólicas ou não. Tem gente que não sente isso nesse disco, tem gente que sente, cada um é diferente. Às vezes a gente tá fazendo uma música de amor e uma pessoa sente uma profunda tristeza porque o amor se foi, enquanto outra sente alegria porque ele está presente”, ilustra. “O que eu sei é que os outros três discos eram autocentrados. Eu pensava em tudo, parecia muito comigo e com a minha cabeça. Talvez a minha natureza seja mais melancólica”, arrisca. 

 

“Quando eu fiz o disco com a banda, fiz com a banda”, ressalta. “Eu levava a música e a gente ficava tocando junto, tentando achar o que ficava bonito. Troca de ideias, mesmo. A atmosfera de um grupo é mais alegre do que estar sozinho dentro de casa. Isso transpareceu nos arranjos”, reconhece, para depois ressaltar: “Mas é o mesmo cara fazendo música”.

 

Serviço

 

Cícero & Albatroz

10 faixas

Disponível nas plataformas digitais


 
O que você achou desse conteúdo?