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Produtor de "Tatuagem" ministra aula no Porto Iracema
Vida & Arte

Produtor de "Tatuagem" ministra aula no Porto Iracema

Produtor pernambucano João Vieira Jr. dá aula aberta sobre filmes de baixo orçamento hoje, às 19 horas
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Com filmes como Tatuagem, Joaquim e Cinema, Aspirinas e Urubus no currículo, o produtor pernambucano João Vieira Jr. ministra hoje, às 19 horas, na escola Porto Iracema das Artes, a aula Cinema, suor e cerveja: a produção de filmes de baixo orçamento. Aberta ao público e gratuita, a atividade é promovida pelo Centro de Narrativas Audiovisuais (CENA 15).


“O conceito de filme de baixo orçamento (B.O.) é um pouco amplo. É mundial, não encontra espaço só no cinema brasileiro”, admite João.

O produtor explica que um filme pode ser considerado B.O. quando seu orçamento é inferior a 1 milhão de euros ou de dólares, “moedas mais estáveis”, como aponta. No entanto, “saindo desse parâmetro internacional, a gente pode dizer que é um filme feito com até R$3 milhões. No Brasil, o financiamento de um filme é levantado, via de regra, com mais de um financiador e dura cerca de 3 anos”, pondera.

No entanto, João ressalta outras características desse tipo de obra para além dos valores. “São, geralmente, filmes que se identificam com uma pesquisa de linguagem cinematográfica, que são majoritariamente filmados em locações, não em estúdio”, elenca. É importante, ainda, diferenciar os filmes B.O. do cinema independente, conceito que, como explica João, também é amplo. “A Ancine (Agência Nacional do Cinema), que regula e fiscaliza a nossa atividade, entende que esse cinema é o que não tem vínculos associativos com emissoras de TV, pagas ou abertas, nem com as majors (grandes estúdios e distribuidoras)”, detalha.


Com atuação na REC Produtores e, agora, no selo Carnaval Filmes (ambas sediados em Pernambuco), João defende que o principal desafio para a produção de um longa B.O. está no desenvolvimento.

“Na masterclass, me pautarei na minha experiência, mas acho que nesse momento atual que a gente vive, na conjuntura política, na maturidade que o cinema brasileiro tem conquistado, o produtor tem que prestar muita atenção ao desenvolvimento do projeto. É quando é definido o roteiro, que é a alma do filme, a estruturação, o próprio financiamento. É ter um olhar especial em como desenvolver um projeto para o mercado. Desenvolver é planejar”, aconselha.


Apesar das dificuldades, João defende que um filme de baixo orçamento não necessariamente será de nicho, por exemplo. “O interesse do público sobre as obras, que faz com que elas tenham carreira comercial, em festivais e fora do Brasil, está numa coisa básica: qual a história que você está contando? Ela se comunica com o público? Desperta interesse universal? É isso, associado ao talento da equipe no modo de narrar e na forma de produzir”, afirma.


Fortaleza


João já participou de outras atividades no Porto Iracema e destaca o modelo da escola, que classifica como “único no Brasil”. “Laboratórios de desenvolvimento de roteiros, nas outras experiências que vi pelo País, duram uma, duas semanas. No Porto, há o ineditismo de se acompanhar por quase um ano o desenvolvimento, que é assistido por Karim Aïnouz, Sérgio Machado e Marcelo Gomes (cineastas e tutores do Laboratório de Audiovisual)”, considera. Além disso, João trabalha com cearenses. “Somos produtores do Greta Garbo, filme de estreia do Armando Praça, e vou produzir o roteiro de dois jovens estreantes, Alysson Lacerda e Tarcísio Rocha Filho. Acompanhei também a Alumbramento, que era um coletivo de pessoas muito criativas, e tenho acompanhado a produção de curtas, que acho muito vigorosa, talentosa”, avalia.

 

Serviço

 

Cinema, suor e cerveja: a produção de filmes de baixo orçamento


Quando: hoje, às 19 horas


Onde: Porto Iracema das Artes (rua Dragão do Mar, 160)


Entrada franca

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