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40 Anos de embalo
Vida & Arte

40 Anos de embalo

O filme Os embalos de sábado à noite chega às quatro décadas de seu lançamento e permanece como clássico indiscutível de uma geração perdida entre o prazer e os sonhos frustrados
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Os anos de 1970 insistem em não nos abandonar. Star Wars, por exemplo, continua nos cinemas com um novo lançamento todos os anos. Até o disco de vinil virou vintage. Nesse sentido, o mesmo acontece com Os embalos de sábado à noite, clássico dos cinemas que comemora hoje, 16, 40 anos de seu lançamento original nos Estados Unidos. O filme contou com John Badham como diretor e John Travolta como astro principal — o ator ainda receberia uma indicação ao Oscar por seu desempenho. Travolta interpreta Tony Manero, um dançarino do Brooklyn que vive conflitos com a família, com os amigos e romances frustrados. Tony trabalha em uma loja de tintas e não enxerga qualquer chance de realização pessoal. Prefere destinar seu dinheiro às noites de balada, apesar de sua família viver em dificuldades financeiras. A personagem só se realiza quando está dançando.


A obra, conduzida pelo olhar cômico do diretor, desenvolve o estereótipo da exaltação do corpo, a noção de que cabelos, sapatos, roupas e perfume devem combinar perfeitamente. Tony Manero tem confiança em si mesmo e aguarda, ansiosamente, por seu sábado, onde se destaca como alguém melhor do que é no trabalho ou dentro de casa.


A visão do diretor apresenta dois mundos distintos. De um lado, há a realidade pobre do Brooklyn, a vida nas ruas, o dia a dia problemático das famílias. Do outro, o universo de fantasia no qual as pessoas acreditam que tudo é permitido quando se pisa em uma pista de dança. A época do disco representava a liberdade. Fora das festas, sobrava a solidão, a jornada de melancolia do protagonista.
Fã do filme desde a adolescência, a vendedora Silvia Helena lembra que a obra reflete os problemas da juventude dos anos 1970.

Segundo ela, o período retratado no filme pertence a uma juventude romantizada, onde a música, o sexo e os amigos eram a melhor combinação possível. “Você lutava pelo que queria e não importava o resto. Virou cinema por representar aquele momento”. Ela assume sentir saudades do lançamento: “Foi um hit. Deu até vontade de revisitar. As danças e a história do filme são excelentes”, pontua.


Para o cineasta e professor de cinema Eduardo Aguiar, Embalos é um filme atemporal. “Ele retrata a alienação daquela geração entorpecida pela música e dança. Os jovens estavam em busca da diversão, apesar de serem manipulados pelo sistema. No entanto, o filme é crítico sobre isso, e o personagem central vivido por Travolta vai ao longo da estória se dando conta de como a realidade o afeta. O final, por exemplo, é impactante, pois torna as vitórias do personagem algo sem significado. Isso faz com que ele deseje buscar novos horizontes, sem respostas, sem certezas! Um clássico, uma obra prima do cinema americano”, avalia.

 

BEE GEES


A icônica trilha sonora do filme foi composta por músicas da banda Bee Gees, ícone nas discotecas da década, e traz clássicos como Stayin’ alive. O álbum Saturday Night Fever é a segunda trilha sonora mais vendida de todos os tempos.

 

BILHETERIA


O filme levou mais de seis milhões de pessoas aos cinemas brasileiros quando foi lançado. O longa ocupa, até o momento, a 25ª posição no ranking das maioresbilheterias do País.


LEGADO


Diversos filmes lançados nos anos seguintes herdaram a estética de Embalos, entres eles Grease – Nos tempos da brilhantina, de 1978, Flashdance, de 1983, e Ritmo quente, de 1987.


CONTINUAÇÃO

 

Os embalos de sábado continuam é um filme de 1983 dirigido por Sylvester Stallone. Além de novas canções dos Bee Gees, o filme traz de volta John Travolta no papel do dançarino. O filme teve três indicações ao Oscar.

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