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Nayra Costa é uma artista cheia de intensidades. O processo criativo violento envolve o tempo gasto ouvindo músicas de vários estilos, diariamente. Passeando entre canções, a cearense de 33 anos encontra a gênese de seu próprio trabalho. Os últimos anos foram generosos com a cantora: ela transpôs a participação no The Voice Brasil e tornou-se uma voz conhecida, aplaudida, credenciada. Houve tempo para criar e experimentar possibilidades artísticas. O resultado pode ser visto em disco ainda não nomeado, que está em fase final de produção, e nas apresentações e tributos que pipocam em Fortaleza.

Hoje, 1º, Nayra apresenta uma dessas facetas ao público cearense, com a realização do tributo à norte-americana Ella Fitzgerald no Espaço O POVO de Cultura & Arte. O show, já realizado em outros espaços da Cidade, teve uma recepção entusiasmada do público. Na voz de Nayra, as canções da famosa diva do jazz tornam-se o canto de um pássaro. Ella, que dominou a cena musical e vendeu mais de 40 milhões de discos, ficou famosa ao imitar instrumentos ao longo das canções. “Ainda não consigo realizar alguns desses improvisos. O jazz é difícil, principalmente da forma como Ella interpretava, conseguindo mostrar a dificuldade, mas ao mesmo tempo de uma forma tão linda”, explica Nayra.

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Outras cantoras de jazz tiveram os repertórios visitados por Nayra em um exercício artístico feito para apresentações no Café Couture, na Praia de Iracema. Os estudos sobre jazz acompanham a cearense por uma década. Os primeiros contatos com a sonoridade do gênero aconteceram em 2007. À época, ela explica, o cenário de Fortaleza era outro e ela, como artista, também vivia outro momento. “Você fica harmonicamente rico estudando jazz. Considero que existem escalas e notas muito mais que nas outras músicas. Acho que o jazz me ajudou nisso de conseguir improvisar algumas coisas. E acho que eu absorvi um pouco dessa desenvoltura do jazz e tentei inserir em tudo que eu faço”, diz a cantora.

A visita ao trabalho “das gatas” - como gosta de dizer a artista cearense - foi feito em paralelo a um intenso programa de criação pessoal. Há anos, Nayra engatinhava um disco solo - produto que foi possibilitado graças à vivência na Escola Porto Iracema das Artes, local de saberes vinculados ao Centro Dragão do Mar. “Tudo estava apenas no papel e eu me lamentando, o tempo passando, dizendo que precisava cuidar do álbum. Mas no Porto Iracema tudo se concretizou”, explica a cantora, que prevê o lançamento do disco no “mês seguinte ao Carnaval de 2018”. A ideia é que a produção esteja disponível em todas as plataformas virtuais e também em formato físico. “Quero o modo novo e o antigo”, brinca.

O álbum, ainda sem título, tem faixas dos compositores cearenses da nova geração, como Cláudio Mendes, Davi Ávila e Daniel Groove. “São músicas inéditas feitas por compositores da cena local”, diz a cantora, que, apesar de ter Fortaleza como porto seguro para criação, precisa ter São Paulo como local de captação e difusão do trabalho. “Acredito que o melhor lugar para criar é Fortaleza. Mas, quando o projeto está pronto, depois que foi lançado em todos os lugares onde é possível lançar aqui, e não são muitos, o artista precisa ir embora”. O projeto, ela explica, é partir para a capital paulista, onde já residiu, no segundo semestre do ano que vem. “Quero fazer esse álbum funcionar por lá. Por mais que a cena daqui esteja super diferente e cheia de projetos, essa ida é necessária”, pontua.

SERVIÇO

Show Nayra Costa - Tributo a Ella Fitzgerald

Quando: hoje, 1º, às 20 horas

Onde: Espaço O Povo de Cultura & Arte (avenida Aguanambi, 282 - Bairro José Bonifácio)

Acesso para convidados e ouvintes escolhidos em sorteio

Transmissão ao vivo pelo Facebook da Mucuripe FM (facebook.com/mucuripefm)

Outras informações: 99112 2829 (WhatsApp Mucuripe FM)

 

SAIBA MAIS

Durante o Tributo a Ella Fitzgerald, Nayra Costa será acompanhada por Márcio Rezende (sax), Nélio Costa (baixo), Stênio Gonçalves (guitarra) e Vitório Cavalcante (bateria). No repertório estão canções como Under my skin, Misty e Someone to watch over me.

Além de Ella Fitzgerald, Nayra visitou as obras de Sarah Vaughan, Etta James e Nina Simone durante as apresentações realizadas no Café Couture, na Praia de Iracema, em julho. O show realizado hoje, no Espaço O POVO, é uma variação do tributo feito a Ella Fitzgerald - apresentação que alcançou a aprovação do público. Para o futuro próximo, Nayra pretende realizar tributos a outras cantoras. “Talvez explorando mais gêneros musicais através dos meus estudos”, pontua.