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Maitê Proença sai em busca de sexto marido na peça "A esposa ideal"
Vida & Arte

Maitê Proença sai em busca de sexto marido na peça "A esposa ideal"

Com direção de Amir Haddad, solo protagonizado por Maitê Proença apresenta a história de viúva que, em meio a Idade Média, busca sexto marido
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Protagonista da peça A Esposa Ideal, a personagem Alice não é fácil de cercar. “Como é muito religiosa, ela não pode pecar, então, reza fervorosamente para seus maridos morrerem e ela poder, assim, digamos, variar o cardápio”, explica Maitê Proença, que dá vida à personagem. O espetáculo será apresentado no Theatro Via Sul sábado, 25, às 21 horas, e domingo, 26, às 19 horas.


Em entrevista ao O POVO, a atriz fala das semelhanças entre ela e a viúva Alice. “Somos parecidas nisso de falar o que pensa, de ter ideias próprias e não ter muitos freios ou medo, e assim ir abrindo seu caminho”, aponta a artista.


A dramaturgia é baseada no conto A Mulher de Bath (a obra, inclusive, dava nome à peça, que acaba de ser renomeada para A Esposa Ideal). O texto faz parte do livro Contos da Cantuária, do britânico Geoffrey Chaucer, publicado a primeira vez em 1475. A versão que agora chega aos palcos foi traduzida por José Francisco Botelho e é diriga por Amir Haddad, experiente teatrólogo que fundou, ao lado de Zé Celso Martinez, o Teatro Oficina, em 1958, e que desde a década de 1980 encabeça o grupo Tá na rua.

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Em cena, o público verá os relatos de uma mulher que é capaz de rir das próprias desgraças. “Ela teve cinco maridos e está em busca do sexto. Dentro disso, ela se mostra uma mulher que ama a vida, a alegria, o riso, o sexo, os homens, a diversão. Ela é bem falante, tem ideias arrojadas e desejos à flor da pele, e a tudo descreve sem pudor ou mentira”, apresenta Maitê, detalhando que há na peça uma problematização do casamento a partir do olhar feminino. “O casamento sempre foi uma instituição em que os homens tinham todas as liberdades e à mulher cabia ser recatada enquanto fazia as vezes de cozinheira, cuidadora, mãe, enfermeira”, critica.


A tradução da obra clássica busca inspiração na poesia popular brasileira — do repente nordestino à trova gaúcha — para reviver a Idade Média. Na costura da trama, a odisseia pessoal de Alice é entremeada com o relato fantástico de uma época imaginária: o mundo das lendas do Rei Arthur, quando seres feéricos andavam pela terra disfarçados em forma humana.


Recomeço

Recém-saída da TV Globo, de onde foi demitida repentinamente após 37 anos de trajetória, Maitê afirmou que a emissora não era o local adequado para ela “ser de verdade”. “Eu me refiro aos jogos e artimanhas necessários para se manter em posição de destaque dentro de uma grande empresa que lida com egos de gente com vida pública”. O teatro, ela afirma aos 59 anos, é agora seu terreno fértil para a criação. “O teatro é mais simples, é o reduto do ator. No final das contas, o que sobra é um ator em cima de umas tábuas. É um acordo entre o ator e a plateia, uma mágica que se estabelece ali, e só ali”, conclui.

 

SERVIÇO

 

Peça A esposa ideal

Quando: amanhã, às 21 horas, e domingo, às 19 horas

Onde: Theatro Via Sul Fortaleza (Avenida Washington Soares, 4.335 - Edson Queiroz)

Quanto: R$ 80 (inteira)

Telefone: 3099-1290

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