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Detalhes que conquistam
Vida & Arte

Detalhes que conquistam

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O que se vê na tela em Os Parças é exatamente o que se imagina ao pensar na união de Tom Cavalcante, Whindersson Nunes e Tirulipa. Os três, com fórmula de fazer graça já conhecida, não tentam ir além do que já fazem. Encontrar uma maneira de deixar os três serem eles mesmos e, mesmo diante do improviso, conseguir criar uma trama coesa foi o acerto de Halder Gomes. Apesar das cenas em que claramente se desconsidera o roteiro escrito por Cláudio Torres Gonzaga, o filme mantém, do início ao fim, uma unidade.


Tem clichê de comédia? Tem sim. Um exemplo é a graça construída na dualidade entre clowns branco e augusto (no estilo O Gordo e o Magro, Didi e Dedé). O personagem de Bruno de Luca (Romeu) destoa dos outros três: ele, mais sério, e os outros, moleques. Além disso, vemos em cena o estereótipo do estilista gay afetado (mas, apesar do mais do mesmo, os personagens rendem ótimos bordões e cenas realmente engraçadas).


O grande pulo do gato, no entanto, está nos detalhes que deslocam: a paleta de cores bem orquestrada da cena do casamento, takes que mostram closes dos artistas de rua de São Paulo, a cena escrita pelo poeta Braúlio Bessa e o repente/funk criado por Tirulipa no meio de uma boate. Halder mostra que, mesmo não tendo o sertão nordestino como cenário, consegue captar minúcias e fugir do óbvio.


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