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Dez anos de debate em torno do cinema africano
Vida & Arte

Dez anos de debate em torno do cinema africano

Apresentando obras de ficção e documentários realizados no continente africano, festival realizado pelo departamento do curso de História completa uma década. Programação segue até próxima sexta, 20
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Produções cinematográficas lançadas na década de 1970, mas que permanecem inéditas para o público brasileiro, alavancam questões: por que o conteúdo audiovisual do continente africano é tão pouco conhecido no País? O que impede que essas obras ocupem espaços alternativos de exibição a exemplo de outras regiões fora do eixo Hollywood-Festival de Cannes? A partir de inquietações como essas, surgiu a Mostra Internacional de Cinema Africano, que em 2017 chega à décima edição. Até a próxima sexta-feira, 20, o Centro de Humanidades 2 da Universidade Federal do Ceará (UFC), recebe a programação gratuita, que inclui mesas redondas, lançamentos de livros e homenagens.


“A mostra é muito importante por criar janelas para o continente africano no Ceará. A África é marginalizada historicamente no Brasil e, por isso, precisamos de eventos como esse”, aponta o professor Franck Ribard, coordenador do evento, que é uma realização do departamento de História e do grupo de pesquisa “Trabalhadores livres e escravos no Ceará: diferenças e identidades”, da UFC. Entre os filmes que serão exibidos, ficções, documentários e animações, de curta, média e longa duração.


Nessa edição, o recorte temático da mostra é: 10 anos de história e de cinema em torno de Sotigui Kouyaté e de Moustapha Alassane. “Este ano resolvemos homenagear a obra deles, que são considerados internacionalmente como mestres. Nossa preocupação é dar acesso às essas produções”, aponta o coordenador. Sotigui (1936 - 2010), natural da República do Mali, foi ator de teatro e cinema em filmes como O céu que nos protege e London River. Já Moustapha (1942 - 2015) foi cineasta e ator nigeriano. Ele tem no currículo filmes como Hands Up! e Bon Voyage Sim.

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Além dos filmes, o evento é pautado por debates após cada exibição. Nessa décima edição, são 10 especialistas em cultura afrobrasileira, incluindo nomes como Sandra Petit, do Núcleo das Africanidades Cearenses (Nace), da UFC, e Isaac Bernat, da Faculdade Cal de Artes Cênicas, no Rio de Janeiro.


Franck aponta ser necessário refletir sobre as distâncias simbólicas que nos separam do “continente mãe”. “A mostra destaca também a compreensão de que a cultura africana é fundamental no processo de formação social do Brasil. É uma contradição (o pouco conhecimento do cinema africano), porque o Brasil tem uma relação histórica e orgânica com a África, mas que, por questões ideológicas, a população não tem consciência”, aponta, lamentando que “a maioria dos filmes da mostra nunca foi visto” por aqui.

 

DESTAQUES

 

Confira programação de hoje e amanhã:


Hoje


14 horas - O cinema e a história da África com Lourenço Cardoso (Unilab), Kleiton Moraes (UFC), Túlio Muniz (UFU), Hilário Ferreira Sobrinho (Faculdade Ateneu).


17h30 - 21h30:


Homenagem a Sotigui kouyaté com os filmes:


- Keïta! A herança do Griot, de Dani Kouyaté


- Sotigui Kouyaté, un Griot moderne, de Haroun Mahamatouy


Quarta-feira


17h30 - 21h30:


Homenagem a Sotigui Kouyaté com os filmes:


- A coragem dos outros, de Richard Christian


- Sia: o sonho de Python, de Dani Kouyaté


Confira programação completa em

goo.gl/YWFCF1

 

SERVIÇO

 

X Mostra Internacional de Cinema Africano

Quando: até sexta-feira, 20

Onde: Centro de Humanidades 2, da Universidade Federal do Ceará (avenida da Universidade, 2683 - Benfica)

Programação gratuita

 

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