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Yemonja e a princesa negra traz divindades africanas para cena
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Yemonja e a princesa negra traz divindades africanas para cena

Com apresentações hoje e próxima quarta-feira, 27, espetáculo Yemonja e a princesa negra mistura narração, música e dança
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Enquanto as notícias dão conta da destruição de terreiros de Umbanda e Candomblé por traficantes em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, os palcos cearenses recebem trabalhos de valorização de religiões de matriz afro-brasileira. É o caso do espetáculo Yemonja e a princesa negra, que faz temporada no Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno, no Benfica. A obra, que mistura narração, música e dança, será apresentada hoje e na próxima quarta-feira, às 20 horas.


“Todo dia a gente acorda e tem uma notícia louca diferente, parece que estamos vivendo um pesadelo. Talvez por isso seja ainda mais importante falar sobre temas como esse (liberdade de culto)”, aponta o ator e diretor Edivaldo Batista, idealizador da obra que se desenvolve a partir dos mitos das divindades africanas e orixás. O espetáculo foi pensado em parceria com a atriz Flavia Cavalcante. Já a música, que é executada ao vivo, foi elaborada junto aos artistas Marina Brizeno, Wellington Nascimento e Igor Nascimento.


No enredo, Edivaldo narra a trajetória de uma princesa do povo Ioruba, da Nigéria (África), até sua chegada na Nova terra (o Brasil). Dentro desse contexto histórico, o espetáculo apresenta as princípios de iniciação ao culto dos orixás, diluído por meio da fábula contada e dançada.


“A narrativa de Yemonja e a princesa negra vem junto com a poesia e abordamos temas como a escravidão e a intolerância religiosa. Culturalmente no País, o culto afro-brasileiro ainda é posto como algo ruim, do cão”, lamenta o ator. Ele completa: “É importante poder estar em cena abordando o direito à livre manifestação religiosa e de culto”.


Para o artista cearense, que cresceu em família umbandista, as práticas de terreiro trazem uma memória afetiva de coletividade e de beleza. Não à toa, o espetáculo que será apresentado hoje é o terceiro dele atravessado pelas matrizes mitológicas do “continente mãe”. Os dois primeiros, Iroko (2013) e O Pequeno Ogum (2014), são voltados ao público infantil. “Para crianças, trabalhamos com referências mais diretas com relação à nossa cultura cearense”, aponta, detalhando a importância de inserir diferentes públicos na discussão sobre diversidade cultural a partir do enfoque dado às lendas do imaginário africano.

 

SERVIÇO

 

Yemonja e a princesa negra

Quando: hoje, 20, e quarta-feira, 27, sempre às 20 horas

Onde: Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno (avenida. da Universidade, 2210 - Benfica)

Quanto: R$ 20 (inteira)

Telefone: 996195634

 

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