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Sobrado Dr. José Lourenço completa dez anos de atividades
Vida & Arte

Sobrado Dr. José Lourenço completa dez anos de atividades

Tombado pelo Estado em 2004 e restaurado em 2007, o Sobrado Dr. José Lourenço é a casa das artes visuais no Centro de Fortaleza
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O número 154 da rua Major Facundo, antiga Rua da Palma, abriga um dos atuais centros aglutinadores das artes visuais no Estado. Tipo de edificação que remonta a época do Brasil Colônia e que casa com a chegada – ainda tímida – da urbanização no País, o Sobrado Dr. José Lourenço completou dez anos de atividades desde que, no ano de 2004, foi tombado pela Secretaria da Cultura do Estado (Secult) e, três anos depois, foi entregue após restauro com o status devido de espaço cultural.

[SAIBAMAIS]

“A primeira sala possui o maior número de características originais do prédio, que já foi consultório e residência, sede da Prefeitura, loja de sombrinha e bordel entre os anos de 1940 e 1970”, resume Natália Maranhão, coordenadora do espaço até o fim deste mês, quando passará a batuta para as mãos da primeira gestora, Germana Vitoriano. Atualmente em cartaz com Exposição-Fórum: Artes Descoloniais, o local encontra-se, de acordo com Natália, em permanente diálogo com o público e a classe artística.


Projetos como o Café do Zé (sempre no último sábado de cada mês), cineclubes, rodas de conversa, dentre outras ações, contribuem para tal. “A gente tem caminhado para que o espaço tenha essa cara. Entre 2005 e 2006, mais ou menos, tivemos uma visitação aquém do esperado. Nem tanto por uma questão de divulgação, mas também porque o Sobrado encontra-se entravado num espaço comercial têxtil aqui no Centro. De toda forma, atingimos uma média de 8 mil visitantes em 2015 e 12 mil no ano passado”, explicou ela.


Daqueles prédios que não dizem muito somente ao mirarmos a fachada, é no seu interior que o sobrado surpreende. Não somente pela arquitetura neoclássica, com frisas em estilo árabe, corrimões de 45° de angulação, mas também por sua extensão de quase 800 metros quadrados. Com três pavimentos, a área externa - mais recente (com espaço de convivência e biblioteca - também ganha peso com uma obra de Sérvulo Esmeraldo (1929-2017).


“A primeira beleza do Sobrado é ele ter nascido das mãos de alunos e alunas do curso de restauro da Escola de Artes e Ofícios. A forma como as curadorias apresentam propostas que dialogam com nossa cultura, alinhando tradição e o que há de mais recente na arte, também compõem esse trunfo no centro da Cidade”, afirmou Fernanda Meireles, que recentemente integrou a coletiva Os Pensamentos do Coração.


Para Alex Hermes, fotógrafo participante da atual Exposição/Fórum, o Sobrado ainda norteia reflexões atuais e de caráter global. “O espaço é sensível e tem acolhido propostas que abrem discussões importantes, como essa última, que tem uma proposta contemporânea e uma discussão que a universidade também está vivenciando em relação às fontes de conhecimento dos saberes ancestrais. Participei de dois encontros na Bahia que estavam pautados por essa questão (da arte descolonial)”. 

 

55

exposições, entre individuais e coletivas, estiveram em cartaz no Sobrado. Exposição/Fórum: Artes Descoloniais, a mais recente, prossegue até o dia 30

400
artistas
de diferentes gerações e estilos já se envolveram em eventos o Sobrado Dr. José Lourenço

1 mil
ações educativas
agitaram o espaço, de 2007 ara cá, a exemplo das rodas e conversa e de projetos mensais como o Café do Zé 

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