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Naufrágio no Amazonas, na década de 1950, é tema de livro-reportagem
Vida & Arte

Naufrágio no Amazonas, na década de 1950, é tema de livro-reportagem

Jornalista cearense lança campanha para financiar publicação de livro-reportagem sobre o naufrágio do Jolú, barco que circulou pela última vez nas águas do Rio Amazonas no início da década de 1950
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Madrugada de 6 de abril de 1954. A embarcação chamada Jolú deslizava nas águas do Rio Amazonas. Estava escuro e os passageiros dormiam. Um baque, uma pancada. O barco naufragou levando os prováveis 30 ocupantes para um mergulho do qual nunca retornariam. Há indícios de que, como era noite e a maioria das pessoas dormia, não houve tempo hábil para encontrar uma solução ou para buscar uma forma de fugir do rio e da morte. O barco nunca foi retirado das águas.


Intrigante e cheia de fatos não explicados, a história do Jolú foi contada pela jornalista cearense Maggie Paiva em um livro-reportagem. Ela fez o trajeto do barco em sentido inverso - partindo de Belém até Santarém - para reconstruir a narrativa. “A história do naufrágio do Jolú é pouquíssimo conhecida, inclusive no Pará, em Santarém mesmo, de onde o barco saiu pela última vez. Eu tive a sorte, por assim dizer, de ter tido contato com essa história desde muito cedo por conta de ligações entre a minha família e pessoas que viajavam no barco”, explica Maggie. O livro foi apresentado como trabalho de conclusão do curso de Jornalismo, da Universidade Federal do Ceará (UFC).


Para contar a história, a jornalista parte do olhar de Perpétua - uma cearense de Quixadá que estava no barco. Outros personagens foram usados para compor a narrativa: Gedeão, Daía, Deane. É a partir dos olhares deles que Maggie costura os fatos, os dados históricos e as memórias. “Perpétua era uma mulher, mãe, esposa de Quixadá, no interior do Ceará. Uma verdadeira guerreira que tomou cada decisão que teve que tomar pensando no melhor para a família. Uma mulher com a qual é impossível não se identificar - ou identificar alguém - ainda que seja só um pouco”, explica Maggie. Perpétua dá nome ao livro, que deverá ser impresso e lançado em fevereiro de 2018.


Financiamento coletivo

Para que a obra seja impressa, entretanto, Maggie iniciou uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Catarse. É necessário reunir o montante de R$ 9 mil para custear despesas de impressão, diagramação, revisão, ilustrações e confecção de recompensas para os apoiadores. A campanha atingiu 8% do valor total até o fechamento dessa matéria e fica no ar pelos próximos meses. É possível colaborar com valores que vão de R$ 10 até R$ 50. Marcadores de página e cartões postais, além das edições física e digital do livro, estão entre as recompensas.

 

“Esse naufrágio tem mais de 30 anos e eu sabia o quanto seria difícil juntar informações sobre ele, então eu procurei reuni-las a partir de onde fosse possível, nenhuma fonte foi negligenciada. Eu pesquisei em jornais do Pará e do Brasil inteiro, ouvi familiares de vítimas, paraenses que sequer lembravam do acidente - mas me ajudaram a compreender melhor o local que eu iria retratar - e estudei bastante o processo instaurado junto ao Tribunal Marítimo após o naufrágio. Foi uma pesquisa muito extensa”, explica Maggie.

 

SERVIÇO

 

Para colaborar com a publicação de Perpétua:

http://bit.ly/2gFu463

 

SAIBA MAIS


Prêmios

O trabalho foi orientado pelo professor Ricardo Jorge de Lucena Lucas. Perpétua ganhou o prêmio de melhor livro-reportagem na 18ª edição da Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom), etapa Nordeste e, no último dia 9, também foi agraciado na etapa nacional.

 

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