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Francis Hime volta ao Ceará para show na Tapera das Artes
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Francis Hime volta ao Ceará para show na Tapera das Artes

Francis Hime volta ao Ceará neste fim de semana para show e bate-papo com os alunos da Tapera das Artes. O projeto é aberto ao público
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A matemática que Francis Hime estudava nas aulas da faculdade foi aproveitada, mas não exatamente na área estudada. Mesmo formado engenheiro, o negócio dele sempre foi mesmo a música, e o maestro não deixou de levar a experiência com cálculos para as entranhas de uma orquestra. Ao contrário: faz parte do processo. “Eu trago a matemática, sobretudo, no trabalho para a orquestra, no equilíbrio de uma composição de fôlego, ao programar um arranjo, no equilíbrio das diferentes sonoridades com a orquestra. Tudo isso tem muito a ver com a matemática”, conta o compositor, cantor, pianista, arranjador e maestro, em conversa com O POVO.


Neste fim de semana, Francis estará no Ceará para um show gratuito, amanhã, no Teatro Tapera das Artes, em Aquiraz. Será um espetáculo de piano e voz, com o repertório que ainda está sendo alinhavado. A cantora, letrista e produtora musical Olivia Hime também estará presente. Casados há 48 anos, Francis adianta que a companheira de vida e de música também subirá ao palco para dividir algumas canções ao seu lado, como é costume nestas quase cinco décadas.


Já no domingo, Francis conversará com aprendizes da Tapera e de outras instituições da Plataforma Sinfonia do Amanhã sobre Metodologia para práticas coletivas, com o tema Música e poesia na obra de Francis Hime. O maestro vai falar sobre seu processo criativo, e quem quiser acompanhar, poderá participar de forma gratuita. O processo criativo de Francis, inclusive, está se transformando no livro Trocando em miúdos: as minhas canções (editora Terceiro Nome), que deve ser lançado em breve. Nas páginas da nova obra, ele examina canções, trilhas de filmes, músicas de concerto, aborda obras mais conhecidas e outras nem tanto.


Nestes mais de 50 anos de carreira, o compositor conta parcerias com Milton Nascimento, Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Baden Powell, Geraldo Carneiro, Olivia Hime, Gilberto Gil, Paulo César Pinheiro e outros mais de 60 nomes. “O processo criativo é muito variado. No começo da minha carreira, eu costumava compor a música antes, e o parceiro colocava a letra depois. De uns anos pra cá, na maioria das canções, o processo se inverteu. Eu gosto muito de musicar poemas, poemas de vários poetas e, às vezes, de poetas que eu nem conheci pessoalmente”, revela.


Vinicius de Moraes, ele conta, foi o primeiro parceiro. Aos 15 anos, o maestro conheceu o Poetinha em casa mesmo, pois era amigo de sua mãe. “Ele foi empolgadíssimo dizer para minha mãe: ‘Odália, esse menino tem de estudar música, fazer música’. Mas eu queria ser engenheiro, na época, acabei me formando engenheiro, mas, quando eu tive o diploma na mão, resolvi: eu vou fazer é música. E Vinicius foi fundamental, determinante na escolha da minha carreira”.


Aos 78 anos, Francis exibe um frescor ao falar sobre as firmes parcerias com Olivia e Geraldo Carneiro; do livro que está concluindo; sobre um novo concerto que escreveu; e que gosta mesmo é de passear pelos bares da Lapa, no Rio de Janeiro, “para ouvir choro”. Por ali, conhece as novas gerações de instrumentistas. “Mas não fiz nenhuma parceria com esse pessoal. Ainda!”, ri.

 

SERVIÇO

 

Música & Poesia

Quando: amanhã, às 19h, e domingo, às 15h

Onde: Rua Antônio Gomes dos Santos, S/N – Centro, Aquiraz

Gratuito.

 

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