Com a presença de importantes articuladores do audiovisual brasileiro, o I Seminário Descentralização da Produção Audiovisual nas Regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste (Conne) acontece hoje e amanhã em Fortaleza. Entre os convidados, Sérgio Sá Leitão, titular do Ministério da Cultura (Minc), que é também diretor da Agência Nacional de Cinema (Ancine). O evento, que terá os encontros no Hotel Oásis Atlântico Fortaleza, faz parte da programação do 27º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema.
“Uma preocupação que o Cine Ceará tem é de aliar arte e cultura às discussões sobre mercado e políticas públicas. Este ano estamos debatendo o problema específico da descentralização dos recursos, que é uma pauta discutida há um bom tempo, mas ainda tem que ser pensada sobre como colocar em prática”, aponta Doug de Paula, presidente da Câmara Setorial do Audiovisual e coordenador do Seminário. A proposta, ele esclarece, é articular as ações que serão tomadas pelas entidades dessas três regiões no que diz respeito a conseguir expandir a realização.
A primeira mesa, na manhã desta segunda-feira, discute o panorama da produção e dos recursos nas regiões Conne. Além do ministro, compõem o painel o senador Roberto Muniz (PP-BA); a presidente da Ancine, Debora Ivanov; a secretária do Audiovisual do Minc, Mariana Ribas e Fabiano dos Santos Piúba, secretário da Cultura do Ceará. Os apontamentos dessa primeira conversa nortearão os outros debates que vão destacar temas como o circuito da exibição independente e as produções audiovisuais nas TVs regionais.
Para Doug, apesar do crescimento dos mercados locais, ainda é latente o desequilíbrio entre as regiões do País quando o assunto é possibilidade para a produção de longas e séries de TV. “Ninguém está querendo tirar o direito de ninguém do eixo Rio-São Paulo. A gente quer ganhar voz dentro das agendas e que o audiovisual se desenvolva em todo o País”, avança. Segundo o coordenador, é importante que se leve em consideração os estágios que diferentes estados estão na cadeia produtiva da economia criativa cinematográfica. “Sergipe, por exemplo, tem uma produção de curtas, mas não tem de longas, então, o que falta lá é curso de formação”, afirma, apontando ser preciso debater não só realização, mas também possibilidades formativas.
O Seminário marca também a abertura da entidade Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte e Nordeste (Conne), que deve, a partir do Cine Ceará, se espalhar em ações por todo o País, reunindo produtores de audiovisual, realizadores, gestores e representantes de instituições públicas e privadas de 20 unidades federativas das três regiões. “Convidamos pessoas que têm currículo de liderança nos seus estados para que levem as propostas do Conne pelo Brasil”, finaliza.
Serviço