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Pantico Rocha conversa sobre o CD Tudo que passa é permanente
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Pantico Rocha conversa sobre o CD Tudo que passa é permanente

Músico conversa sobre Tudo que passa é permanente, terceiro CD autoral com previsão de lançamento para este segundo semestre de 2017
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Baterista renomado, produtor, compositor, Pantico Rocha é, antes de tudo, um perfeccionista em tudo que faz. Cearense-paraibano que fez morada na ‘cidade maravilhosa’ desde o final da década de 1980, é no palco - seja dominando as baquetas na companhia de bambas da MPB (Lenine, Maria Bethânia, etc) ou mesmo na produção de outros trabalhos - que ele, de fato, sente-se em casa.


Após lançar na praça os discos O Barulho do Sol do Meio Dia (2007) e Nem Samba Nem Sandra Nem Mar (2013), Pantico Rocha retorna ao estúdio para encerrar a trilogia em parceria com o amigo e compositor cearense Marcus Dias. Batizado de Tudo que passa é permanente, o disco teve suas gravações iniciadas no Rio de Janeiro - estúdios Ministério, Canto dos Trilhos e Umuarama - e encontra-se agora em Fortaleza para o processo de finalização (gravação das últimas vozes e mixagem). Com participações especiais, a previsão de lançamento do CD é ainda para este segundo semestre de 2017.


“Estou há um ano e meio (trabalhando no novo projeto), não porque quero, mas por ter sempre que juntar uma grana para primeiro pagar as contas do mês e depois, o que sobrar, aplicar no CD. Nem todo mês dá pra tirar uma graninha (risos). Daí a demora!”, explicou. Para Pantico, o que diferencia este trabalho dos anteriores é a pegada rítmica. “Neste, a concepção é mais afro. Algumas músicas fiz quando andei por Cabo Verde e Angola; peguei as músicas que tinham mais conotação África-Brasil. Toco pela primeira vez quase todos os violões base. E são muitos violões e percussão”, adianta o músico.

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O título do CD é retirado de um verso de Oxumaré. Com a canção, que segue a linha do ijexá, Pantico Rocha participou recentemente da 12ª edição do Festival de Inverno da Serra da Meruoca, chegando a se classificar para a etapa final da mostra competitiva. No disco, porém, ele divide os vocais com a carioca Andrea Dutra. Pedro Miranda e o próprio Marcus Dias também cantam em Tudo que passa é permanente (respectivamente em Final Feliz e Matar ou Morrer), que terá um total de dez faixas.


“O Otto até tentou (gravar também), mas acabou não rolando... Pedrinho Miranda e a Andrea abrilhantam esse projeto e, pela primeira vez, o Marcus Dias canta uma música comigo. Na parte instrumental, estão Joe Lima no baixo, Alexandre Garnizé nas percussões e André Siqueira nos violões solo; bateria, violão base e voz sou eu. Fora isso, ainda tiveram Ricardo Vignini nas violas e os metais de Sterfeson (sax e arranjos), Elias (trombone) e Vander Nascimento (trompete)”.


Mercado independente

Para o músico, torna-se sempre um desafio seguir adiante quando o assunto é música independente. Não só pelas questões mercadológicas, mas também pela própria situação pela qual o País passa. “O momento não é fácil para os independentes. Na verdade nunca foi! Mas a internet está sendo muito bacana nesse aspecto, pois conseguimos veicular nosso trabalho com uma maior abrangência e, assim, atingir mais e mais pessoas”, acredita ele, que agora em 2017 contabiliza 37 anos de carreira.

 

Diante disso, o músico não descarta a possibilidade de fazer uma campanha de financiamento coletivo na internet para concluir o projeto gráfico do CD. Como produtor, terá pela frente a gravação do disco do bloco cearense Luxo da Aldeia. “Já fechei com o estúdio”, comemora.


“Obviamente tem gente que sabe trabalhar melhor que outros com essa tecnologia (da internet), mas devagarzinho a gente consegue atingir também um bom público. Tem muita coisa boa rolando fora dessa mídia sufocante. Mas vai dar certo!”, garante Pantico.

 

 
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