Logo O POVO+
Ritmo em destaque
Vida & Arte

Ritmo em destaque

Renovadores do samba, Orlandivo e Jorge Ben Jor têm parte de suas obras relançadas em box pelo selo Discobertas
Edição Impressa
Tipo Notícia
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]

Dois inventores de ritmos têm suas discografias revisitadas em lançamentos este mês. As próximas duas caixas do selo Discobertas assumiram essa missão. O primeiro nome é o de Orlandivo Honório de Souza (1937 - 2017). O catarinense de Itajaí marcou o início dos anos 1960 como um dos destaques do que se chamava sambalanço. Sua marca registrada era fazer percussão com um molho de chaves. Não por acaso, o disco que abre a caixa tripla Bossa, Samba e Balanço é A Chave do Sucesso.


De 1962, o disco de estreia do cantor e compositor trouxe alguns dos sucessos como Onde anda o meu amor e Samba Toff. Os outros discos da caixa são Orlann Divo (1963) e Samba em Paralelo (1965). Esquecido pela geração das modernidades, Orlandivo chegou a provar uma tímida redescoberta no início deste milênio, quando aproveitou para lançar o álbum Sambaflex, com regravações de antigas canções.

[QUOTE1]

Cheguei a conversar com Orlandivo em 2011, por conta do lançamento de uma caixa de discos de Ed Linconl – também pela Discobertas. Ed, pianista cearense cheio de groove, foi outro dos inventores do sambalanço. Orlandivo foi um dos seus crooners e amigo, com quem viajava para fazer bailes dançantes pelo Brasil. Da conversa, lembro do bom humor e disponibilidade para falar dos velhos tempos.


Zé Pretinho

O segundo box da Discobertas é sobre Jorge Duílio Lima Meneses, melhor apresentado como Jorge Ben Jor. Era uma vez a Banda do Zé Pretinho (1978 – 1981) reúne quatro discos lançados entre 1978 e 1981, da fase Som Livre. Depois de 15 anos como contratado da Philips, Jorge mudou de som e de casa. No antigo endereço, ele se lançou artista e fundou um movimento que ficaria conhecido como sambarock.
[FOTO2]

Samba Esquema Novo, Força Bruta e A Tábua da Esmeralda foram alguns dos trabalhos antológicos que ele lançou calcados numa levada de violão que mesclava muitas tradições negras, do samba ao blues. Em seguida, a partir de 1976, ele descobriria a guitarra e lançaria África-Brasil, outra pedrada sonora cheia de funk, rock e peso.


Em A Banda do Zé Pretinho, disco de 1978 – que abre o box da Discobertas previsto para o fim deste mês –, a guitarra ainda é protagonista e o som ganha acentos mais solares e alegres. O nome do álbum é para apresentar a nova banda de apoio do carioca, após três álbuns acompanhados pelo grupo Admirável Jorge V.


Embora ainda focado nos ritmos negros do samba, funk, jazz e soul, a proximidade dos anos 1980 começa a branquear o som de Jorge Ben com a chegada dos sintetizadores e de grandes hitmakers de estúdio como Max Pierre, Guto Graça Mello, Moog Canazio e Lincoln Olivetti.


Além de A branda do Zé Pretinho, a caixa da Discobertas ainda traz Salve Simpatia (1979), Alô Alô Como vai? (1980) e Bem-Vinda amizade (1981). São deles algumas ótimas canções, como Cadê o Penalti?, Minha estrela é do oriente, Amante Amado, Adelita, Waldomiro Pena, Oé Oé (Faz o carro de boi na estrada) e Lorraine. E num resumo bem resumido do produto, são deles dois sucessos gigantescos de Ben Jor. De Salve Simpatia, Ive Brussel é um delicioso dueto com Caetano Veloso dedicado a uma fã europeia. E Curumim Chama Cunhatã que eu vou Contar, conhecida como Todo dia era dia de índio, é um afoxé envenenado lançado por Baby Consuelo no mesmo ano (1981). Se não for por essas duas faixas, a caixa Era uma vez a Banda do Zé Pretinho (1978 – 1981) oferece outros bons motivos pra sentar na sua prateleira.

 

SERVIÇO

 

Bossa, Samba e balanço

box com três discos de Orlandivo

Discobertas

Quanto: R$ 68,90

Era Uma vez a Banda do Zé Pretinho

box com quatro discos de Jorge Ben Jor

Discobertas

Quanto: R$ 87,90

 

O que você achou desse conteúdo?