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Coletivo artístico reestreia espetáculo Vagabundos
Vida & Arte

Coletivo artístico reestreia espetáculo Vagabundos

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Viver não é preciso. Peço licença a Petrarca, Pessoa e Caetano para atualizar clandestinamente essa célebre frase sobre a importância de ir em frente. Na contramão de um País que vive atônito diante de tantos desmandos nas esferas política e social, a obra cênica Vagabundos ressurge como um empurrão poético. O coletivo artístico defende que não dá mais para naturalizar o que vem acontecendo Brasil afora e, por meio de fragmentos de narrativas que apontam para todos o lados, bagunçam nossa noção sobre o agora. É hora de recuperar o espanto e, por isso mesmo, é tempo de vagabundear, no sentido de divagar, flanar, passarinhar. Entre tantos retalhos de gentes, o espetáculo nos permite um momento de deslocamento do olhar. Há um convite claro feito à plateia: se permita errante. É mudando o lugar das coisas que a multidão pode, enfim, recolocar as mãos no leme e tentar reencontrar sentido em mares tão violentos.


Por Renato Abê

Repórter e dramaturgo
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