Em 2017, a banda de black music brasileira Black Rio completa 40 anos. Para comemorar essas décadas de som, o grupo organizou um financiamento coletivo para a realização de um documentário que conta sua história. “Eu estou há simplesmente 17 anos nessa pesquisa, de todos os materiais. Foi muito difícil remontar a banda, porque eles quase não deixaram partituras, por exemplo”, comenta William Magalhães, filho do saxofonista Oberdan Magalhães, fundador da coletivo carioca.
Nascido no subúrbio carioca, o movimento se inspirou na música negra norte-americana e trouxe o jazz, o funk e soul para o Brasil e vem das mesmas raízes de cantores como Tim Maia e Jorge Ben.
O documentário pretende contar a trajetória do grupo, que já lançou seis álbuns. O primeiro, Maria Fumaça (1977), teve regravações de Ary Barroso, Edu Lobo e Luiz Gonzaga, além de composições inéditas. Trata-se de um dos título mais disputados em sebos de LP. O último, Super Nova Samba Funk, de 2011, após a reformulação da banda, teve a colaboração de artistas como Gilberto Gil, Elza Soares e Seu Jorge.
Essa é a segunda vez que a Black Rio realiza um financiamento coletivo. O álbum comemorativo de 40 anos, está em fase de produção e que deve ser lançado em 2018, também foi possível com esse apoio.
O documentário será dirigido por Tiago A. Neves (Vigário Geral: O Barraco). Ele conta que desde 2012, andando no subúrbio carioca, se deparou “com músicos e histórias incríveis, sempre saudando a importância da Banda Black Rio para a música brasileira. E ser convidado a contar essa história é uma honra e uma grande responsabilidade”.
A banda pretende que o projeto seja lançado pelo DJ Gilles Peterson (BBC de Londres). “No nosso primeiro financiamento, 80% dele veio do exterior, que é onde somos mais conhecidos. Por isso, o intuito é lançar primeiro lá fora e depois aqui”, comenta William.
Para William, o projeto visa, além de tudo, resgatar um pouco da história da Black Rio. “Ainda não temos um roteiro definido, mas deve ser algo para tentar preservar esse patrimônio cultural que é nosso. Por isso, tô pensando também em criar uma escola Black Rio de música, para expandir”.
Para que o projeto saia do papel, o grupo pretende arrecadar cerca de R$ 26 mil até meados de agosto. De acordo com a contribuição, o doador receberá uma recompensa que vai de um DVD do documentário autografado a participação da gravação em estúdio.
Financiamento coletivo do documentário Black Rio
Site: www.kickante.com.br/blackrioQuanto: R$ 50 a R$ 500
Quando: até o dia 6 de agosto