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Projeto Terminal literário completa 1 ano
Vida & Arte

Projeto Terminal literário completa 1 ano

Em um ano, 40 mil livros foram compartilhados nos terminais de ônibus de Fortaleza. Desafio do projeto é aumentar doações e ser mais conhecido pela população
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O projeto Terminal Literário, implementado pela prefeitura de Fortaleza nos terminais de ônibus da Capital, completou um ano em março. Entre doações de usuários, editoras, escolas e outras entidades, 40 mil livros foram compartilhados nesse primeiro ciclo, o que representa uma média de 110 livros por dia em circulação.


Segundo o secretário da Cultura de Fortaleza, Evaldo Lima, o número contemplou as expectativas. “(A média) é bastante grande se tomar como referência qualquer biblioteca. Ao longo deste ano, o objetivo era estimular a leitura e o fortalecimento de uma ideia de generosidade e compartilhamento por meio da doação”, avalia.


Entre livros literários, didáticos e apostilas, 600 unidades são distribuídas semanalmente nos seis terminais de integração da Capital, explica Rosângela Cavalcante, uma das responsáveis por fazer a identificação dos livros.


Apesar de o número parecer expressivo, ao fazer uma visita pelos terminais da Parangaba, Lagoa e Antônio Bezerra, a reportagem do O POVO encontrou poucos livros nas estantes: apenas 18, somando os três locais. Na tarde do mesmo dia, ao voltar ao terminal do Antônio Bezerra, os livros tinham sido repostos.

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“Cada Terminal Literário é abastecido uma vez por semana com 100 livros cada. A demanda é muito grande, em cerca de 20 minutos os livros acabam. Tem gente que leva três de uma vez, mas explicamos que não pode ser assim, tem que dar a chance de outras pessoas lerem também”, conta Rosângela.


Esse é um dos problemas que o projeto enfrenta. “As pessoas pegam mais e doam menos, precisamos melhorar essa equação”, diz o secretário.


Ariana Handara, 21, trabalha em uma lanchonete que fica bem em frente ao Terminal Literário do Lagoa. Ela conta que já pegou um livro que falava sobre ilustração. “Era para crianças. Li e devolvi. Geralmente são poucos livros, e são levados logo”.


A recepcionista Sabrina Bezerra, 29, conta que já pegou dois livros e já doou outros três “lá mesmo na estante”. “Sempre que passo pelo terminal eu dou uma olhada e tem dias que tem bastante livro, mas em outros quase não tem”.


Assim como Sabrina, outras pessoas chegam a doar livros, deixando-os no próprio terminal. “Há duas dimensões de doação. A formal, que é por meio das Regionais, na Secultfor e na Biblioteca Dolor Barreira, que faz a catalogação desses livros. Mas existe esse outro processo em que não temos o controle, que é quando o cidadão se desloca até o terminal e doa seu livro sem passar pelos pontos oficiais, o que também é muito bom”, comenta o secretário.


Para divulgar o projeto, a Secultfor faz inserções na rádio Terra do Sol, da Prefeitura, que toca nos terminais. Há ainda um trabalho de diálogo com bibliotecários e professores da rede municipal. “Muita gente não sabe que é só chegar e pegar um livro, sem burocracia. Um dos grandes desafios é dar publicidade à existência do Terminal Literário”, completa Evaldo.


Doações

Rosângela Cavalcante explica que o ato de doar no próprio Terminal é muito “bonito”, mas o ideal é que a contribuição seja feita em um dos locais oficiais. “Se for deixar no Terminal, é bom procurar a administração, assim eles guardam e nos entregam para serem identificados”. A bibliotecária conta que já viu “gente pegando e dizendo que ia vender. Com o carimbo, quem for comprar o livro já vai saber que era de um projeto, que não é para ser vendido”, alerta.

 

Além disso, um outro cuidado que os doadores devem ter é com o de conservação dos livros. Páginas e capa devem estar completos e sem a presença de fungos, por exemplo. “É muito ruim ler uma história e, de repente, faltar uma página”, diz Rosângela.


O projeto não aceita revistas, mas apostilas e outros materiais estudo são bem-vindos. “O pessoal que vai fazer Enem nos cobrava muito. Dia desses recebemos uma doação de um aluno que passou no exame e doou todas as apostilas que ele usou para estudar. Isso ajuda a pessoas que não têm o poder aquisitivo para fazer uma boa leitura”, conclui.


SERVIÇO

 

Onde doar:


- Secultfor (R. Pereira Filgueiras, 4 - Centro)


-Biblioteca Dolor Barreira (Av. da Universidade, 2572- Benfica)


- SER I (Rua Dom Jerônimo, 20 - Otávio Bonfim)


- SER II (Rua Prof. Juraci M. Oliveira, 1 - Edson Queiroz)


- SER III (Av. Jovita Feitosa, 1264 - Parquelândia)


- SER IV (Av. Dedé Brasil, 3770 -Serrinha)


- SER V (Av. Augusto dos Anjos, 2466 - São Bento)


- SER VI (Rua Padre Pedro Alencar, 789- Messejana)


E na administração dos terminais de integração de Fortaleza


 

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