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Oi futuro apresenta três novas exposições e novo musical sobre Janis
Vida & Arte

Oi futuro apresenta três novas exposições e novo musical sobre Janis

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Marcos Sampaio

ENVIADO AO RIO DE JANEIRO

marcossampaio@opovo.com.br


Uma sala vazia, escura, com uma cadeira ao centro. Nesse cenário, os visitantes podem sentar e ser transportados para a Central do Brasil, famosa estação de trens do Rio de Janeiro. A viagem por avenidas engarrafadas e multidões andando pra lá e pra cá é feita com a ajuda de óculos de realidade virtual e fones de ouvido que reproduzem sons de estações de metrô do mundo inteiro. Cartas a Lumière, trabalho do carioca Fabiano Mixo está, exposto no primeiro andar do Centro Cultural Oi Futuro e foi apresentado na última semana à imprensa nacional.

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Natural da Baixada Fluminense, radicado em Berlim, Fabiano pegou para a si a ideia do primeiro filme da história, Chegada de um Comboio à Estação da Ciotat, dos irmãos Lumière, e trouxe para a atualidade. “No meu filme, o personagem principal é a multidão e o trem representa a multidão de alguma forma”, explicou o cineasta. Filmado em dois dias e depois de uma grande preparação que incluiu até curso de elétrica, Cartas a Lumière representa a claustrofobia das grandes cidades, a força (às vezes imperceptível) do trabalhador e a potência da realidade virtual como possibilidade cinematográfica. “É a mídia do século XXI”, define Fabiano.


Outros dois trabalhos expostos no Oi Futuro mostram diferentes relações com a cidade. Dança.mov exibe em quatro telas de TV uma apresentação de video-dança. Em cada uma, bailarinos apresentam movimentos em diferentes pontos turísticos do Rio de Janeiro, como a Escadaria Selarón, o morro do Vidigal e a Lagoa Rodrigo de Freitas. Com direção de Gustavo Gelmini e direção de movimento de Alex Neoral, Renato Cruz e Renato Vieira, o filme traz o embate da beleza dos movimentos com a dureza da Cidade Maravilhosa e suas belezas naturais. Já Minotauros reúne o artista carioca Cyriaco Lopes, radicado em Nova York, e a poeta americana Terri Witek, num labirinto de fotos de mares impressas em tecido cercado por 40 fotopoemas.

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Janis Joplin em musical

Também em cartaz no Oi Futuro, o espetáculo Janis traz as dores e urgências de Janis Joplin. Com dramaturgia de Diogo Liberano, o musical, que estreou na última semana, tem a atriz Carol Fazu contando histórias da roqueira que sofreu bullying na escola e cresceu em conflito com sua aparência, suas raízes e suas relações pessoais. Dramas que a diva do blues tentava resolver num abuso de drogas, o que a levou à morte aos 27 anos.

 

Em cena, Carol conta essas histórias como numa grande entrevista em que Janis discute seus conflitos e se angustia diante da falta de respostas. Fatiando essas histórias, a atriz brasiliense interpreta pérolas como Try, Ball and Chain, Maybe e Me and Bobby McGee.


Carol canta com força, simulando o timbre angustiado de Janis Joplin. Ela ainda bebe Southern Comfort, pede mais uma dose de heroína, chora, grita e ensaia com a banda. Existe algo de muito visceral na atuação da atriz, que aprendeu bem os movimentos, tiques e maneirismos de uma das maiores intérpretes da história do rock. Uma bela homenagem, que agora precisa circular pelo País e chegar aos ouvidos dos fãs daquela que Rita Lee definiu como “uma branquela com voz de negão”.


O repórter viajou a convite do Oi Futuro

 

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