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Evento discute os novos rumos das publicações independentes
Vida & Arte

Evento discute os novos rumos das publicações independentes

Evento discute ações para que pequenas editoras possam expandir horizontes e tornar a literatura mais acessível
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Discutir os caminhos para que a literatura se torne mais disponível e dê mais espaço a novos autores passa pelo debate sobre os novos rumos do mercado editorial.


Focado em pensar essas questões, o debate “Os Novos Rumos das Publicações Independentes”, que acontece nesta quarta, 29, no Espaço O POVO de Cultura e Arte, vai contar com a presença de Daniela Utescher, da Ugra Press, e de Bianca Ziegler, criadora da Editora Nadifúndio. A conversa será mediada pelo artista visual Weaver Lima.


Daniela, que além da editora também criou a Loja Ugra e a Ugra Zine Fest, evento anual temático sobre independentes, acredita que nos últimos três anos tem crescido a procura por livros com temas e materiais diferentes. “São livros quase artesanais, mas autorais, diferentes e isso despertou o interesse das pessoas”.


Com esse crescimento, ela acredita que é preciso que o mercado se profissionalize, troque experiências, para que se consolide e circule mais. “É preciso entender como essas coisas funcionam, como colocar preço em um zine, ter noção do quanto de tiragem uma edição precisar ter”, exemplifica a editora.

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Porém, se de um lado eventos como Feira Plana, que atraiu 18 mil visitantes em sua última edição, abrem espaço para esse mercado e agregam um novo público, por outro, a dificuldade de distribuição e de divulgação se tornam um gargalo para que livros de editoras independentes cheguem ao público.


“Outras pessoas desistem por que abrem uma pequena editora, mas o retorno financeiro pode demorar e essa é outra questão”, comenta Daniela.


Já para Bianca, incentivar esse mercado resulta na criação de espaços relacionais em torno do livro, que vale muito mais do que vendê-los, o que também pode proporcionar novas experiências de leitura.


“Na verdade existe mais liberdade na confecção e no design das publicações (independentes), então os editores exploram bastante o livro, a palavra como forma visual, são experimentações que vêm sendo realizadas desde a poesia concreta e neoconcreta, mas que agora toma dimensões maiores e esses livros também são mais acessíveis, acabam alcançando um público maior”, diz.


Além disso, Bianca comenta que esse mercado não sofreu com a chamada ‘crise das editoras’, que levou ao fechamento da Cosac Naify, por exemplo, o que mostra a força dos independentes. “Os desafios são justamente a criação de estratégias expansivas. Como algumas editoras são formadas apenas de uma pessoa, como a minha, duas, às vezes um pouco mais, são poucos braços e não alcançamos tantos espaços, mas os espaços que alcançamos são muito potentes”.


A editora comenta que é difícil falar de um caminho para as editoras independentes, porque cada editora carrega propostas e métodos operatórios diferentes. “Mas se for pensar em caminho, acho que o movimento rizomático pode definir bastante esse desenho como uma árvore da onde vão crescendo milhares de pequenos galhos que seguem diferentes direções. Pela liberdade de movimento das editoras, têm surgido muitas propostas criativas de levar o livro ao público, de criar livros que oferecem novos tipos de relação com o objeto”, completa.

 

SERVIÇO

 

Debate: “Os Novos Rumos das Publicações Independentes”

Quando: Amanhã, 19 horas

Onde: Espaço O POVO de Cultura e Arte (Av. Aguanambi, 282)

Entrada franca.

 
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