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Uma "tsunami" de estudantes
Reportagem

Uma "tsunami" de estudantes

| PERFIL | A acadêmica de direito que puxou as demonstrações de potência estudantil
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Tipo Notícia

Do alto de um paredão de som de um dos sindicatos de trabalhadores presente no ato que paralisou o Centro de Fortaleza na manhã de ontem, Quézia Gomes, 23, pedia aos manifestantes que não se deixassem levar pelas "provocações de bolsomínions". Quézia, acadêmica do último semestre do curso de Direito do Centro Universitário Estácio do Ceará, liderava centenas de estudantes que animavam a linha de frente de uma multidão que caminhou da Praça da Bandeira à Praça do Ferreira.

Vice-presidente Regional da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Ceará, Quézia Gomes improvisava discursos políticos contra o governo de Jair Bolsonaro (PSL), entoava cânticos de guerra, repetia palavras de ordem e comandava a "tsunami da educação". Um momento antecedido por palavras como "abaixa, abaixa" e seguido, de repente, por um corre corre animado de adolescentes e jovens.

Era uma das demonstrações da "potência" de estudantes secundaristas e universitários misturados a professores e outros trabalhadores que voltaram às ruas do Brasil para protestar contra a reforma da Previdência, contra os cortes de verbas para as universidades e outras medidas consideradas impopulares pela esquerda brasileira.

Quézia Gomes, nascida em Iguatu e moradora do bairro Benfica, antes de ingressar no Direito da Estácio, foi estudante de Filosofia da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Curso que virou alvo de ataques de Jair Bolsonaro e de ministros da educação. "Estou me formando pelo ProUni, bolsa estudantil de um programa de governo. Sempre estudei em escola pública", disse.

"Em um Brasil tão desigual, a gente entende que o jovem não tem condições de estar no mercado de trabalho tão cedo por conta da crise econômica", reflete.

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