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Advogado e geólogo afirmam que Globest não é responsável
Reportagem

Advogado e geólogo afirmam que Globest não é responsável

Defesa. Estudo em área maior
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Apesar das 14 autuações por parte da Semace e do Ibama, a Globest Produções Ltda afirma não ter responsabilidade alguma sobre a contaminação do rio Poti e do açude Flor do Campo em Quiterianópolis e Novo Oriente. O geólogo Célio Del Rio, contratado pela mineradora chinesa/inglesa no Brasil, argumenta que o primeiro ponto de coleta da pesquisa do laudo da Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec) fica a montante do rio e está em um lugar acima da localização onde funciona a mina.

De acordo com o geólogo, "o sedimento não sobe o rio, só desce o rio. Como a mostra número 1 está acima do empreendimento a influência com a mineração não existe". Segundo o advogado da Globest, Neyrton Cardoso, o local da primeira coleta de água, solo e sedimento para o exame está a 2,5 km de distância da mina.

Por analogia, o advogado Neyrton Cardoso concluiu que se a primeira coleta "deu antimônio, lá em cima, é natural que dê também lá embaixo (por onde o rio passa ao longo da mina). Não tem como dá em outro canto não. O sedimento foi arrastado", diz. Cardoso e Célio Del Rio também afirmam que o minério de ferro extraído da mina da Globest não apresentaria o componente "antimônio" em sua composição. A empresa contesta algumas autuações.

Para Jackson de Queiroz Malveira, gerente de Tecnologia de Alimentos e Química da Nutec, que assina o laudo, a história não é como afirmam o advogado e o geólogo. "Há sim a possibilidade deste ponto, a montante (acima) da mineradora, estar sobre a área de influência da empresa. Para descartar ou confirmar a responsabilidade da mineradora sobre a contaminação, é necessário um estudo com área bem maior de coleta, muito mais a montante (acima) no rio", explica.

De acordo com o deputado Acrísio Sena (PT), da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, o fato de o relatório da Nutec ser provisório não isenta a Globest dos danos ambientais produzidos na Serra do Besouro, em Quiterianópolis. "O laudo foi feito durante as fortes chuvas (abril), mas a Semace atesta que os rejeitos que ficaram sem proteção foram carreados com a água da chuva para dentro do rio Poti. A contaminação é produto dos rejeitos deixados pela mineradora. São 12 autos de infrações e constantes desrespeitos a legislação ambiental que fizeram a Semace caçar a licença de funcionamento", afirma.

 

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