"Comecei a jogar League of Legends em 2012, um amigo do colégio me apresentou o jogo. Jogava com meus amigos, umas quatro horas por dia, e aí fui subindo no ranking, entrei no grupo de 1% com as pontuações mais altas do servidor. Um dia, vi um anúncio de uma seleção para a CNB. Paguei uma taxa de inscrição e participei de três fases que incluíam um teste de múltipla escolha e um teste psicológico, algumas partidas de treinamento e uma entrevista com um dos psicólogos do time.

No time de base, comecei a jogar mais tempo, umas seis horas por dia. Recebi alguns equipamentos da empresa: monitor, mouse, teclado… Então, fui a São Paulo participar de um torneio profissional e acabei entrando no time principal porque houve uma mudança na line up dos jogadores. Acabamos ganhando três partidas e perdendo uma.

Fui a São Paulo duas vezes, e ficava na gamehouse deles. Eles bancavam tudo. A casa tinha empregada, roupa lavada, comida feita. Tinha também uma ajuda de custo, que eu recebia desde que fui selecionado aqui em Fortaleza. A gente passava o dia treinando, só saímos uma vez pra comer pizza, no dia da nossa vitória.

Meu plano, quando fui ao campeonato, se a gente subisse pra série B, era trancar a faculdade. Eu ia passar uns anos e ver no que dava. Quando desse tudo errado, voltava pra casa e continuava meu curso. Expliquei isso aos meus pais. Eles não quiseram deixar no começo, mas eles confiaram bastante em mim. Nunca pensei em fazer isso pro resto da vida.

Um jogador profissional precisa ter três qualidades. Primeiro, saber lidar com a pressão. Segundo, saber se comunicar de um jeito claro e objetivo com o seu time. Precisa falar o que está acontecendo dentro do mapa. Terceiro, treinar muito, procurando saber onde você está errando, se forçando a melhorar."