Deputado federal pelo Pros e um dos aliados de Jair Bolsonaro (PSL) no Ceará, Capitão Wagner disse ontem na tribuna da Câmara que o governo federal "criou o boato" de que o contingenciamento dos recursos da educação estaria suspenso.

"Os partidos do presidente estavam presentes (à reunião com Bolsonaro no Planalto nessa quarta-feira, 14), e vem a líder do Congresso e diz que é boato. Quem foi que criou o boato?", questionou o parlamentar, referindo-se à deputada Joice Hasselmann (PSL). "Foi o governo, que voltou atrás e depois voltou atrás de novo. Recuou duas vezes."

Wagner era um dos deputados que estavam reunidos com Bolsonaro ontem quando o plenário da Câmara aprovou a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que terá de dar explicações hoje na Casa sobre os cortes na verba para manutenção das instituições de ensino.

Ao O POVO, o deputado do Pros disse ter testemunhado telefonema do presidente para Weintraub determinando que o ministro suspendesse o corte e convocasse uma coletiva de imprensa ainda ontem para anunciar a decisão. O relato de Wagner foi confirmado por Delegado Waldir, também deputado e líder do PSL na Câmara.

Horas depois, no entanto, a Casa Civil e o MEC desmentiram a história. Pelas redes sociais, Hasselmann escreveu que se tratava de "boato barato".

Wagner então foi à tribuna da Câmara. "Com todo respeito que tenho ao presidente em quem eu votei, eu não admito ser chamado de mentiroso", discursou. "Espero que os demais parlamentares que estavam na reunião, amanhã (hoje), possam indagar ao ministro da Educação se ele recebeu uma ligação telefônica do presidente."

O deputado cearense acrescentou: "Porque ou o ministro está mentindo ou o presidente não ligou pra ele. Será que o presidente forjou a ligação na nossa frente? Tenho certeza que não". (Henrique Araújo)