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Maior parte da renda vem da carteira assinada
Reportagem

Maior parte da renda vem da carteira assinada

Mercado de trabalho
Edição Impressa
Tipo Notícia

A participação dos jovens na força de trabalho chega a uma fatia considerável. Oito em cada dez entrevistados garantem ter alguma fonte de renda (78%), sendo a maior parte (36%) advinda do trabalho com carteira assinada, enquanto que 23% estão alocados em trabalho informal, executando bicos ou atuando como freelancers. Do outro lado da balança, 22% declaram não possuir rendimentos.

"Geração Z: gestão das finanças pessoais", da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), também revela que 65% dos jovens contribuem financeiramente para o sustento da casa. Considerando os gastos mensais pagos com o próprio dinheiro, nove em cada dez mencionam pelo menos alguma despesa, sendo que as mais comuns são: alimentação (51%), roupas, calçados e acessórios (43%), produtos de higiene e beleza (34%), TV por assinatura ou internet (31%) e contas de serviços básicos como água e luz (27%). Por outro lado, 11% têm todas as despesas e gastos mensais pagos por terceiros.

A entrada no mercado de trabalho ao fim da adolescência e a participação nas contas de casa podem caracterizar a geração Z como mais comprometida com gastos antes reservados aos pais. Segundo Liliam Carrete, professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Fea) da Universidade de São Paulo (USP), tais dados descortinam um cenário muito característico do atual momento econômico em que vivemos, com altas taxas de desemprego.

"Eles começam ganhando menos e, de fato, estão suprindo necessidades de mercado que, em outros momentos, seriam supridas por pessoas que ganhariam mais", analisa. A pesquisadora destaca que, diante da falta de emprego de alguns membros da família, muitos assumem gastos domésticos por falta de opção.

O emprego passa, assim, a ter maior relevância em processos de compra e reservas, tanto que a falta de um ofício figurou como o principal motivo para a inadimplência desses jovens (24%), ficando à frente do não planejamento de gastos (21%) e o empréstimo do nome para terceiros (20%).

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