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Um ano de hub impacta em mais de 100% no movimento internacional
Reportagem

Um ano de hub impacta em mais de 100% no movimento internacional

| Aviação Ceará | O hub Air France-KLM/Gol completa um ano com recorde de movimentação de passageiros estrangeiros e nacionais no Aeroporto de Fortaleza
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INAUGURAÇÃO do hub da Air France-KLM/Gol foi em maio do ano passado (Foto: CAMILA DE ALMEIDA)
Foto: CAMILA DE ALMEIDA INAUGURAÇÃO do hub da Air France-KLM/Gol foi em maio do ano passado

Há um ano tinha início a operação do hub Air France-KLM/Gol no Aeroporto de Fortaleza. Entre os resultados para o Ceará no período está o crescimento de 103,88% no número de passageiros internacionais que passaram pelo terminal. Foram 473.158 pessoas vindas de outros países entre maio de 2018 e março de 2019. Em igual período, entre 2017 e 2018, contabilizaram-se 232.073 turistas estrangeiros.

Variação modesta, mas não menos positiva, também é percebida no número de passageiros nacionais. Passou de 5.290.224 entre maio de 2017 e março de 2018 para 6.126.922 em igual período entre 2018 e 2019, um aumento de 15,82%. No total, a média de alta foi de 19,52%. Os dados são da Secretaria do Turismo (Setur).

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"Isso demonstra a força do hub", analisa Arialdo Pinho, titular da Setur. Ele avalia que a localização privilegiada do Ceará e os incentivos ao centro internacional de conexão de voos foram fundamentais para a operação dos trechos que ligam Fortaleza a Paris e Amsterdã durante todos os dias da semana. Sem entrar em detalhes específicos, o secretário ventila que o hub aéreo pode se tornar ainda maior na Capital. "Tem mais companhia querendo participar".

Arialdo também analisa que é fundamental traçar novas rotas diretas para países como Itália e Inglaterra, bem como alargar a conexão do Estado com continentes como Ásia e África. De acordo com o secretário, a promessa feita pelo governo sobre a entrada de cidadãos dos Estados Unidos sem necessidade de visto no Brasil também abre espaço para possibilidades de ligações entre o Ceará e aeroportos estadunidenses. "Vai mudar muito o perfil (desse turista), pois vai facilitar bastante a entrada de norte-americanos no Brasil", projeta.

O titular da Setur avalia que os dados pós-hub possuem um impacto direto na liderança que Fortaleza ocupa entre as capitais brasileiras no quesito ocupação hoteleira. Como publicado no O POVO no último domingo, 28, a Capital lidera o ranking das 11 cidades analisadas pelo "Panorama da Hotelaria Brasileira: perspectiva de desempenho e nova oferta", feito pela Hotel Invest com apoio do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb).

O especialista em Transporte Aéreo, Adalbeto Febeliano, avalia que os resultados acumulados ao longo do primeiro ano de funcionamento do hub aéreo de Fortaleza podem ser avaliados como positivos. Ele ressalta que apenas o aumento verificado de 11,5% no número de passageiros no aeroporto da Capital em 2018 foi bem maior que o de muitas outras cidades brasileiras. "É um exemplo prático de como se potencializa o crescimento e o desenvolvimento de uma cidade. Tá crescendo mais rápido que o restante do País", analisa.

Ele, que também é professor de Economia do Transporte, destaca o trabalho desenvolvido pela Fraport na gestão do aeroporto de Fortaleza: "Quanto mais confortável, quanto mais acolhedor for um aeroporto, é mais reforçado esse desejo dos passageiros. Esse não é o motivo pelo qual o movimento cresceu, mas tudo ajuda, tudo tem somado".

Por meio de nota, a Fraport informa que 69% das obras de expansão do equipamento já foram concluídas. No final de fevereiro, o Fortaleza Airport entregou aos passageiros um novo acesso ao embarque internacional. O espaço, construído ao lado do antigo e que agora passa por reformas para somar à ampliação, abriga o controle de segurança e de passaporte.

Para a realização das fases 1B e C das obras, serão investidos R$ 1 bilhão, valor que contempla a contratação do consórcio, a compra de equipamentos, o desenvolvimento e a gestão do projeto.

 

GLEYCIANE Gregório, 30, nutricionista
GLEYCIANE Gregório, 30, nutricionista

Paris-Fortaleza

VOO DIRETO

O conforto do voo Paris-Fortaleza foi o que mais impressionou Gleyciane Gregório, 30. Após passearem por Portugal, Alemanha e Inglaterra no último mês de fevereiro, a nutricionista e o esposo optaram por deixar a capital francesa por último e aproveitar a vantagem do trajeto sem conexões. "Foi uma das melhores experiências de voo que a gente já pegou", lembra.

Foram necessárias nove horas de viagem para cruzar o Oceano Atlântico e chegar em casa. Tempo muito bem gasto com filmes e um atendimento especial realizado por comissários de bordo da Air France que falavam português. "Para quem não tem fluência, facilita muito", avalia.

Gleyciane conta que, durante o passeio pela Europa, chegou a esperar quatro horas durante uma conexão entre Alemanha e Inglaterra. Voltar ao Brasil em um voo direto foi uma boa opção diante do cansaço após dias seguidos de passeios.

"Não tenho o costume de viajar com frequência, mas acredito que para quem tem essa experiência, de poder voltar de lá pra cá direto, você até escolhe essa opção porque já sabe que vai evitar conexões", analisa.

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Breve histórico

No início de 2018, a Fraport assumia o Aeroporto Internacional Pinto Martins. Quatro meses depois, era inaugurado o centro de distribuição internacional de voos (hub) da Air France-KLM em parceria com a Gol.

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