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Sem educação, bicicletas podem vir a ser tão perigosas quanto motos
Reportagem

Sem educação, bicicletas podem vir a ser tão perigosas quanto motos

Segundo especialista
Edição Impressa
Tipo Notícia

Renato Campestrini, especialista do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), compara a falta de cuidado governamental no incentivo ao deslocamento por motocicleta, característica da primeira década de 2000, ao que hoje tem acontecido às bicicletas. Disse que, em São Paulo, por exemplo, a quantidade de ocorrências envolvendo moto cresceram 0,33% em 2018, ao passo que bikes protagonizaram aumento de quase 10% nessa estatística.

Em Fortaleza, onde tem se estimulado regularmente o deslocamento por bicicleta, ocorrências com ciclistas também aumentaram. O Instituto Doutor José Frota (IJF), hospital de referência traumatológica da Capital, registrou aumento de 1,5% no ano passado. Todos os outros perfis de pacientes atendidos — pedestres, motociclistas, motoristas — permaneceram em declínio.

"Se a bicicleta também não receber atenção dos gestores, corre sério risco de (futuramente) estar no mesmo patamar de óbitos (das motos)", observou o especialista. Daí, segundo ele, a importância de se incorporar à matriz básica da educação a formação cidadã para o trânsito.

Campestrini afirmou que um material educativo produzido pelo Observatório e direcionado a crianças e adolescentes do 1º ao 9º ano do ensino fundamental foi entregue ao Governo Federal ano passado, em solenidade de celebração dos 20 anos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). No entanto, disse que não houve, ainda, priorização do projeto. 

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