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Atendimentos na rede de saúde pública diminuem
Reportagem

Atendimentos na rede de saúde pública diminuem

|Ocorrências de trânsito| O número de vítimas de acidentes de trânsito atendidos no IJF caiu 26,5% de 2014 a 2018
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Tipo Notícia

No Ceará, atendimentos traumatológicos a vítimas de ocorrências de trânsito têm diminuído no decorrer dos últimos cinco anos, conforme as bases estatísticas do Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, e da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

De 2014 até o fim do ano passado, caiu em 26,5% (de 8.383 para 6.158) a quantidade de vítimas do trânsito — principalmente, envolvendo carro — atendidas pelo IJF vindas do Interior. Na Capital, a redução — principalmente, envolvendo motocicleta — chegou a 45,5% (de 12.509 para 6.807). Já a Sesa, com dados parciais do Sistema Único de Saúde (SUS), registrou entre 2016 e 2018 4,7% menos internações relacionadas a ocorrências
de transporte.

Ambas as quedas não necessariamente têm relação direta com a redução dos registros de ocorrências. No entanto, sugerem melhorias no sistema regulador de internações e na própria rede de assistência. Denison Couto, chefe do setor de Emergência do IJF, informou, por exemplo, que, do Interior, têm chegado vítimas em estado de saúde mais grave. "Estamos conseguindo admitir pacientes dentro do nosso perfil. A rede está em estruturação", garantiu.

Mozart Rolim, coordenador da Central de Regulação do Estado, explicou que, nos últimos anos, com a expansão da regionalização da saúde, o Interior tem conseguido absorver parte dos pacientes que só tinham o IJF para recorrer em busca de atendimento de emergência. O Hospital Regional do Cariri, por exemplo, recebeu 1.190 vítimas do trânsito em 2016, 1.026 em 2017 e 1.153 em 2018. Apesar de não ter portas abertas, o Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim, também tem absorvido pacientes de complexidade menor.

O desafio agora é, para Rolim, abrir as portas do hospital de Quixeramobim para atendimento traumatológico de emergência e tornar a rede de assistência à saúde "mais resolutiva", qualificando a entrada e aumentando a complexidade dos atendimentos. Já Denison aposta em campanhas de prevenção e na continuidade do trabalho de otimização da central de regulação de internações, para que o IJF possa, de fato, atender somente à alta complexidade.

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