Ao desembarcar na tarde de ontem em Santiago, no Chile, onde cumpre agendas até amanhã, o presidente Jair Bolsonaro usou a prisão do ex-presidente Michel Temer como exemplo para rejeitar a "velha política" e defender um novo tipo de convívio com os parlamentares.
Para ele, a origem da investigação que levou à prisão de Temer teria sido o método usado pelo ex-presidente para consolidar sua base no Congresso.
"É aquela velha história de Executivo muito afinado com Legislativo, onde a governabilidade vem em troca de cargos, ministérios e estatais", disse Bolsonaro, que enfrenta críticas de parlamentares por uma suposta falta de diálogo com setores do Congresso.
"O que levou a essa acusação, pelo que parece, foram os acordos políticos dizendo-se em nome da governabilidade. A governabilidade não se faz com esse tipo de acordo, no meu entender. Você faz indicando pessoas sérias e competentes para integrar o seu governo."
Por duas vezes, Bolsonaro disse que a Justiça é para todos. "Cada um responda pelos seus atos. A Justiça nasceu para todos", disse ele, sobre Temer.
Já o presidente em exercício, Hamilton Mourão, afirmou que "é muito ruim para o País ter um ex-presidente preso". Ele lembrou que já fez comentário semelhante sobre o caso do ex-presidente Lula. "Já falei a respeito da mesma situação do presidente Lula. É muito ruim para o país ter um ex-presidente preso. Agora, seguem as investigações", disse. (AE)