Logo O POVO+
Análise: No Brasil, não existem ações preventivas
Reportagem

Análise: No Brasil, não existem ações preventivas

Edição Impressa
Tipo Notícia Por
colunistas op (Foto: fivenews)
Foto: fivenews colunistas op

A tragédia do Ninho do Urubu teve vítimas e tem culpados. O que aconteceu lá é fruto da negligência incrustrada na lógica cultural brasileira. No misto de impunidade, irresponsabilidade e possibilidade de margem de lucro maior, o Flamengo foi cúmplice - ou pelo menos conivente - com um desastre de proporções imensas.

O incêndio no alojamento do Centro de Treinamentos (CT) do Flamengo desencadeou toda uma série de ações, todas atrasadas. Corpos de Bombeiros Brasil afora resolveram vistoriar; Ministérios Públicos abriram ações; CTs foram interditados; clubes saíram - ou pelo menos fingiram sair - da dormência habitual para tentar proteger seus atletas de um destino tão triste quanto o dos jovens do Flamengo. O País parece fadado à espera da próxima tragédia para tentar sanar problemas estruturais. De certa forma, o fogo no Ninho do Urubu serve para, finalmente, figuras de poder agirem de forma a impedir que mais incêndios se alastrem.

Em perspectiva, a tragédia podia ter sido muito maior. Parece que apenas o acaso impede que o mesmo ocorra nos CTs de clubes do Ceará, de São Paulo, de Minas Gerais, Acre, Tocantins. Prevenção é palavra que passa longe do vocabulário popular. A surpresa não é o incêndio no Flamengo. O que surpreende é que não aconteça um por ano.

 

O que você achou desse conteúdo?