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Sarto e Zezinho divergem sobre acordo na Assembleia
Reportagem

Sarto e Zezinho divergem sobre acordo na Assembleia

| SUCESSÃO | Eleito ontem presidente da Assembleia, Dr. Sarto nega qualquer acordo para a sucessão da Casa de 2021. A fala vai de encontro com o que diz Zezinho Albuquerque, que confirmou acordo para que atual Mesa não dispute reeleição
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FORTALEZA, CE, BRASIL, 01-02-2019: Deputados estaduais tomam posse na Assembleia Legislativa do Ceará com a presença do governador do Ceará Camilo Santana. (Foto: Evilázio Bezerra/O POVO) (Foto: EVILÁZIO BEZERRA)
Foto: EVILÁZIO BEZERRA FORTALEZA, CE, BRASIL, 01-02-2019: Deputados estaduais tomam posse na Assembleia Legislativa do Ceará com a presença do governador do Ceará Camilo Santana. (Foto: Evilázio Bezerra/O POVO)

Eleito ontem presidente da Assembleia, Dr. Sarto (PDT) chegou ao cargo negando qualquer acordo sobre sua sucessão no comando da Casa, daqui a dois anos. A fala diverge de aliados e do antecessor, Zezinho Albuquerque (PDT), que confirmou a existência de acordo para que Sarto e demais membros da Mesa Diretora não busquem a recondução em 2021.

"Há um acordo para que aqueles que participarem dessa Mesa agora não participem da próxima. Foi feito um acordo com todos os líderes e deputados que estavam lá, inclusive líder do PDT, do PT, enfim", disse o agora ex-presidente Zezinho na manhã de ontem, logo após presidir sessão que alçou Sarto ao comando do Legislativo para o biênio 2019-2020.

Eleito com 45 dos 46 votos do pleno, o deputado chega ao cargo após disputa polêmica envolvendo Sérgio Aguiar (PDT), Evandro Leitão (PDT) e Tin Gomes (PDT), que abriram mão da vaga em prol de Sarto na reta final da disputa. Questionados sobre razões de terem saído do páreo, no entanto, os deputados destacaram a possibilidade de não-reeleição do novo presidente.

"O Zezinho falou, o Sarto falou, o próprio PDT falou da possibilidade de quem está nessa Mesa não ir para a outra", diz Tin Gomes, que chegou a ter a preferência da maioria dos deputados pedetistas antes de abandonar a eleição. "Esse é inclusive o maior motivo de eu não estar nessa Mesa, pensando em estar na outra", reforça.

Outro pré-candidato que deixou a disputa, Sérgio Aguiar também destaca a possibilidade de disputar a sucessão de Sarto na próxima eleição da Assembleia. "Logo no lançamento da candidatura do deputado Sarto, se mostrou que haveria um rodízio de membros da Mesa Diretora. Isso não está previsto no Regimento, mas esperamos que venha a acontecer", diz.

Questionado se houve tal acordo permitindo o "rodízio" na Mesa da Casa, no entanto, Dr. Sarto foi categórico: "Não". "É uma tese, uma tese. É uma tese que a gente vai apurar ainda, refinar ainda, temos muito tempo pela frente (...) isso é só um indicativo", disse, enquanto apertava a vista e fazia gestos de "não" com a cabeça.

Um dos mais antigos e fieis aliados de Cid e Ciro Gomes (PDT) no Estado, Sarto Nogueira chega ao comando da Assembleia após ter sido preterido por colegas em diversas outras eleições no Legislativo. Líder do governo nos últimos anos da segunda gestão Cid Gomes (PDT), ele emplacou ainda o aliado Antônio Henrique (PDT) na presidência da Câmara Municipal de Fortaleza.

Sarto chegou à Assembleia acompanhado de Zezinho e do governador Camilo Santana (PT), que integrou a mesa que coordenou a cerimônia. A votação foi secreta, com apenas um voto contrário à chapa vitoriosa.

Em primeiro discurso como presidente, Sarto prometeu conduzir debates com "tolerância e respeito ao contraditório". Negou ter interesse em promover grandes obras, focando atuação na sociedade. "Acho que já temos uma estrutura bastante adequada. O que queremos agora é tratar das questões 'macro', ver como a Assembleia pode ajudar o povo do Ceará."

Logo após a formalização do novo presidente, Sarto, Zezinho e Camilo deixaram a Casa com destino a Brasília, onde acompanharam posse de Cid Gomes (PDT) no Senado Federal.

Além de Sarto, integram a Mesa Diretora o novato Fernando Santana (PT), como 1º vice-presidente, Danniel Oliveira (MDB), 2º presidente, Evandro Leitão (PDT), 1º secretário, Aderlânia Noronha (SD), 2ª secretária, Patrícia Aguiar (PSD), 3ª secretária, e Leonardo Pinheiro (PP), 4º secretário.

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