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Redução de frota em único dia causou perda de R$ 1,8 milhão
Reportagem

Redução de frota em único dia causou perda de R$ 1,8 milhão

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Tipo Notícia

Em abril de 2017, quando o 11º ciclo de atentados se abateu sobre o Ceará, 23 ônibus foram incendiados no Estado, no intervalo de apenas 72 horas. Considerando as demais ações, contra prédios públicos e privados, foram registrados 36 ataques, entre os dias 19 e 21. Foi a maior série de ações criminosas já registrada até janeiro deste ano.

 

Naquela ocasião, assim como ocorre desta vez, a frota de ônibus que circula nas ruas da Capital foi reduzida. O maior impacto foi percebido no dia 21, uma sexta-feira, dia útil. Enquanto a média diária de passageiros transportados naquele mês era de 776.862, o total de pessoas transportadas naquele dia foi 239.107. Houve redução de 69,2% da frota em operação.

 

Segundo o Sindiônibus, a queda total na arrecadação alcançou R$ 1.828.365. Prejuízo duplo para as empresas. "O sistema não tem subsídios de lugar nenhum. Ele sobrevive somente da receita do transporte de passageiros. E se não transportando passageiros, não tem receita, mas o custo com a mão de obra permanece, e com os carros perdidos, também. Como não existe seguro, o prejuízo é total", lamenta o gerente de operações do Sindiônibus, João Luís.

 

Em entrevista ao O POVO, no último dia 4, Luís destacou que os cálculos de 2019 ainda não haviam sido atualizados, mas a expectativa era de prejuízo semelhante, dia após dia. "Estamos novamente rodando com apenas 30% da frota, algo em torno de 490 carros. Isso quando o serviço não é interrompido totalmente. Mas era para estarmos rodando com quase 1.900. Esse é o impacto no serviço, que deixa de ser ofertado com regularidade", detalha.

 

Somente entre 2017 e 2018, nos dias em que a frota teve de ser reduzida na 

Capital, por motivos diversos, prejuízo anotado foi de R$ 11.348.122, conforme o Sindiônibus. E para além da perda financeira, seja na compra ou reparação de coletivos ou baixa arrecadação com passagens, os ataques também influenciam diretamente no envelhecimento da frota que circula em Fortaleza, que tem idade média de cinco anos. "O empresário se programa para vender um carro com sete anos de uso e comprar um novo. Mas se ocorre uma ação dessas e queimam um carro novo, ele deixa de vender o carro velho e tem que comprar um carro novo para repor. E, assim, aos poucos, a frota da Cidade vai envelhecendo", observa o gerente.

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