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Os atentados sob a ótica da "guerra assimétrica"
Reportagem

Os atentados sob a ótica da "guerra assimétrica"

Edição Impressa
Tipo Notícia

"Não é interessante para o crime organizado, economicamente, queimar ônibus. Enquanto estão queimando ônibus, eles deixam de vender drogas. As ruas ficam cheias de Polícia. Mas a imprensa divulga. E eles querem visibilidade. Não estão demonstrando força, pois eles não têm força para entrar em uma guerra direta contra o Estado. A guerra deles é assimétrica (ações furtivas e sem enfrentamento direto)", analisa o policial rodoviário federal e analista em inteligência e segurança pública, Aloísio Lira.

 

Na avaliação dele, ao atacar os ônibus e prédios públicos, o objetivo dos criminosos é criar o "terror psicológico" de uma guerra, que acaba sendo avolumada pela imprensa. A combinação de fatores acaba pressionando o "poder político a atuar no poder beligerante", da segurança pública.

 

"A guerra é uma extensão de uma negociação política que fracassou. E o contrário também é verdade. Se a guerra fracassou, você vai criar meios para abrir o diálogo político. Nesse cenário, entra a queima de ônibus. A imprensa pressiona, o Estado se sente acuado e não continua com alguma política que esteja incomodando os criminosos. Quando está tudo bem, há certa tranquilidade. No fundo, é tudo por razões financeiras, e eles trazem o aspecto da guerra pra visão política", defende Lira.

 

O analista considerou acertada a decisão do governador Camilo Santana de manter o "discurso firme" e abrir o diálogo com o Governo Federal. "Mostra que ele entende todos os desafios que deve enfrentar para continuar a política de segurança pública que vem baixando os índices de roubos e homicídios", completa.

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