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O que o mundo pensa das sinalizações do presidente
Reportagem

O que o mundo pensa das sinalizações do presidente

Repercussão. Diferentes visões
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Tipo Notícia

Uma mistura de medo, interesse e satisfação. Foi assim que empresários, economistas e a elite da finança internacional receberam, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

 

"O Brasil é um grande país. Merece alguém melhor", disse o americano Robert Shiller, prêmio Nobel de Economia. "Ele me dá medo", insistiu. O norte-americano lembrou que também ouviu um discurso moderado por parte de Donald Trump, presidente dos EUA. "Vi Viktor Orban (presidente da Hungria) em um discurso e ele também parecia moderado e razoável".

 

O presidente da Iberdrola (empresa espanhola), José Ignacio Galán, acredita que o discurso serviu para deixar claro o que o governo pensa. "Ele deu uma visão bastante técnica. Também falou de como quer as contas do país estabilizadas e, acima de tudo, que quer transformar o Brasil numa das 50 melhores lugares para se fazer negócios. Isso é fundamental para atrair parceiros", afirmou.

 

Ricardo Marino, chairman do Itaú na América Latina, acredita que o discurso serviu para "educar" aqueles que não conhecem o País. "Foi genérico, ele leu. Mas passou a mensagem para educar a média daqueles que não sabem o que é o Brasil", apontou.

 

A imprensa internacional também comentou o discurso de Bolsonaro. As maiores críticas se deram principalmente à falta de profundidade nas propostas anunciadas pelo presidente. "Fiasco de Bolsonaro em Davos, incapaz de responder concretamente às questões de Klaus Schwab. 15 minutos de generalidades", excreveu em seu Twitter Sylvie Kauffmann, diretora editorial e colunista do Le Monde e colaboradora do NY Times.

 

Além dela, também pelo Twitter, Ben Marlow, editor-executivo de Negócios do jornal britânico The Telegraph, disse que o presidente não atendeu às expectativas e fez um discurso engessado. Em cobertura internacional, o jornal francês Le Monde citou o que chamou de "serviço mínimo" para vender um "novo Brasil" a Davos e citou o apelido do presidente de "Trump dos trópicos".

 

Classificado como ultra-direitista pelo argentino Clarín, o periódico ressaltou as críticas de Bolsonaro à esquerda. O jornal britânico The Guardian deu destaque principalmente à questão ambiental. Em manchete, disseram: "Jair Bolsonaro alarma ativistas do clima com discurso pró-negócios".

 

A FALA

 

O discurso de Jair Bolsonaro (PSL) foi considerado como um dos mais curtos já vistos no Fórum Econômico Mundial.

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