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Facções brasileiras mantêm conexão com máfias internacionais
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Facções brasileiras mantêm conexão com máfias internacionais

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O POVO mostrou, em 3 dezembro de 2017, detalhes de duas investigações da Polícia Federal que miravam o tráfico de cocaína pelo modal marítimo. Nas operações Contentor e Brabo, foram interceptadas 7,6 toneladas de cocaína, dentro e fora do Brasil. O caminho da droga seguia para Itália, Espanha, Bélgica, Inglaterra e Rússia.

[FOTO1]As diligências revelaram conexões das facções brasileiras com a máfia N'drangheta, da Itália, com traficantes russos e com o clã Saric. Atuavam como um consórcio com os sulamericanos, dividiam tarefas e lucros. A família Saric é da Sérvia e lidera o crime na península dos Bálcãs, uma região no miolo da Europa. Dois irmãos do narcoclã foram presos na operação Brabo.

[SAIBAMAIS] 

"O grupo deles tinha duas vocações. Fazia contatos no exterior para a droga 

de terceiros que estavam no Brasil, e a remessa de drogas deles mesmos, pertencentes a eles próprios (sérvios). Mandavam drogas deles e de outros traficantes", disse ao O POVO o delegado federal Agnaldo Mendonça, que à época chefiou a investigação da operação Brabo no porto de Santos.

 

A droga apreendida na operação Brabo estava no pátio dos portos ou já dentro dos navios. Viajariam em bolsas, escondidas em ambientes da embarcação ou em fundos falsos dos contêineres. Como o flagrante acidental feito no porto do Mucuripe, em Fortaleza. (Cláudio Ribeiro)

 

SEGURANÇA NO PORTO: PAPÉIS NA FISCALIZAÇÃO

Receita Federal: Reprime principalmente crimes de descaminho e contrabando, para o recolhimento de impostos nacionais. Para isso, controla o acesso e a saída de mercadorias. É o agente da alfândega que inspeciona contêineres ovados (carregados) com o uso de scanner.

 

Polícia Federal: Atua em crimes praticados na área portuária, tanto em terra como no ambiente embarcado. O tráfico de drogas ou imigrantes ilegais estão entre os casos. Um furto num contêiner vindo do exterior ou pertencente a órgão federal será tratado pela PF. Um furto de objeto ou mesmo de contêiner de propriedade particular nacional poderá ser absorvido pela Polícia Civil (estadual).

 

Administração portuária: Fazem a vigilância e o policiamento interno. Monitoram segurança nos ambientes internos e externos com câmeras e vigilantes e colaboram com os órgãos intervenientes (PF, Receita ou Capitania dos Portos). É o trabalho preventivo.

 

Polícia Costeira: A Capitania dos Portos responde principalmente pelo controle do tráfego na área portuária e a inspeção interna. Em ambos os casos, para pequenas e grandes embarcações.

 

> O porto do Mucuripe é ambiente federal, vinculado à Secretaria de Portos da Presidência da República. O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) pertence ao Estado, mas é empresa de economia mista.

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