O gesto representa uma abertura no diálogo entre os executivos federal e estadual, mas também o compartilhamento da responsabilidade sobre o resultado dos eventos deflagrados ainda no fim da noite de quarta-feira, 2. Na ocasião, um ônibus foi incendiado no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza. Desde então, foram contabilizadas, até as 22h30min de ontem, pelo menos 30 ações criminosas no Estado.
Os atentados, que incluíram a tentativa de implodir viaduto da BR-020, em Caucaia, teriam sido deflagrados após uma operação realizada pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Titular da pasta, Luís Mauro Albuquerque determinou uma varredura em todas as unidades prisionais do Estado com o objetivo de recolher celulares em poder dos presos e isolar lideranças de facções.
A reação veio na forma de "salves", onde supostas lideranças de facções ordenaram os ataques. A situação levou Camilo Santana a recorrer ao ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, solicitando o envio da Força Nacional de Segurança, do Exército e da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) ao Ceará.
O governador, que não compareceu à posse de Bolsonaro, quando também foi empossado para o segundo mandato, agradeceu a Moro, pois o ministro se colocou "à disposição para o apoio necessário". "Entendo que o crime organizado ultrapassou as divisas dos estados e que, somente com a ação conjunta, iremos vencer esse desafio".
Camilo disse ainda que todas as medidas estão sendo adotadas "para proteger a população e coibir a ação dos criminosos". "Estive reunido com toda a cúpula da Segurança Pública e Sistema Penitenciário e reforcei minha determinação de continuar agindo com todo o rigor e dentro da lei para coibir as ações criminosas e estabelecer o total controle das unidades prisionais", afirmou, por meio das redes sociais.