Logo O POVO+
Atacarejos podem oferecer até 15% de economia nas compras do mês
Reportagem

Atacarejos podem oferecer até 15% de economia nas compras do mês

Consumidores mudam hábito de consumo e conseguem pagar menos por mais compras
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
NULL (Foto: )
Foto: NULL

[FOTO1] Preços mais baixos e compras em quantidade. Os brasileiros passaram a realizar menos compras no mês e em lojas maiores, antes destinadas a pessoas jurídicas. Os hábitos mudaram após período acentuado de crise financeira. Comprar diretamente no atacado se tornou opção preferida. Pela primeira vez, segundo pesquisa da Nielsen, outubro de 2018, os supermercados foram superados e 60% dos consumidores brasileiros passaram a comprar nas redes de autosserviço, ou atacarejos.

Motivação principal para os clientes ouvidos pelo O POVO foi o preço. Considerado mais atrativo que os praticados pelos mercadinhos de bairro, os atacarejos ainda promovem a venda por cartões de crédito, uma das adaptações realizadas para atender o novo perfil de clientela.

O diretor regional do Assaí, Luiz Araújo, afirma que o crescimento do número de clientes que migraram do varejo tradicional - os hipermercados e supermercados - "já vem de alguns anos" e que alterações nas lojas vêm sendo realizadas. "Hoje as lojas são maiores, os corredores mais amplos, espaços mais bem iluminados, fachadas de vidro e equipamentos mais modernos, além, principalmente, do sortimento que conta com sete a oito mil itens disponíveis, desde a parte de mercearia, produtos de limpeza, bebidas e perecíveis, tudo com autosserviço".

Araújo ainda afirma que esse movimento de mudança nos hábitos dos consumidores ocorre em todo o País e, especificamente, no Ceará, é "muito forte". Principal atrativo para esse modelo de compras, os valores são "15% a 20% mais baixos do que o varejo tradicional", diz o gestor.

Sobre as promoções de certa quantidade de produtos, colocar à disposição na prateleira três preços diferentes - unidade, atacado e cartão - é característica do "atacarejo". "O valor de atacado é um dos grandes diferenciais de atração desse consumidor, porque não precisa comprar em grande volume, palets ou caixas fechadas. Tem muitos produtos que quando comprados a partir de três, quatro ou seis unidades já oferecem descontos", afirma Luiz.

A auxiliar de professora, Larisse Morais da Silva, 24, estava comprando em "atacarejo" pela primeira vez, revelou estar surpreendida com as ofertas que encontrou e que o preço estava menor do que no supermercado que costumava realizar compras no bairro Conjunto Ceará.

Pesquisa Data Popular, contratada pelo Assaí, aponta que 98% dos novos clientes trazidos pela crise econômica não pretendem abandonar o atacarejo.

Já dados da consultoria Euromonitor Internacional revelaram crescimento do canal no Brasil. Em 2017, houve incremento de 11% no setor e movimento cambial de R$ 48,4 bilhões em vendas para consumidores. Já o varejo alimentar, representado pelos hipermercados, supermercados e lojas de alimentos e bebidas, teve salto de 3%. A consultoria ainda projeta crescimentos no atacarejo em 6% anuais até 2022.

[FOTO2]

Variedade de opções 

Francisco Lucas dos Santos, 24, músico, conta que a variedade de opções oferecidas nas lojas de atacarejo, juntamente com a qualidade e preço, o fazem se deslocar do bairro Conjunto Ceará, em Fortaleza, para o bairro Tabapuá, em Caucaia, para fazer suas compras. O percurso de 20 minutos de carro não é problema para o músico, que deixou de comprar no mercadinho próximo de sua residência devido à diferença de preços notada.

[FOTO3] 

Todas as compras 

Proprietário de um pequeno comércio, Tarcísio Bezerra, 59, realiza no atacarejo tanto as compras para abastecer as prateleiras para seus clientes como a dispensa de sua casa. Procurando sempre o menor preço, ele afirma que aproveita no atacado promoções e compra itens para sua casa. Apesar de admitir que não abandonou totalmente as compras no mercadinho de seu bairro, reconhece que os preços no atacarejo são menores na comparação.

[FOTO4] 

Preço bom 

Consumidora que costuma ir várias vezes ao atacarejo durante um mês, a dona de casa Edvânia Santos conta que as idas ao estabelecimento "valem a pena", pois "o preço é bom". Ainda segundo Edvânia, observar as etiquetas - que possuem três preços diferentes: varejo, atacado e cartão da loja - permite comprar produtos com desconto e é tática para economizar. "Sempre olho. Alguns produtos a promoção é na compra de três, outros de cinco ou seis".

[FOTO5] 

Facilidade no pagamento 

Buscando facilidade no pagamento, o funcionário público José Bartolomeu de Sousa, 56, funcionário público, trocou o atacado tradicional pelo atacarejo. Pagar com cartões de crédito mesmo em lojas antes especialistas em atender pessoas jurídicas facilita para o cliente. Além da facilidade no caixa, o consumidor conta que o preço baixo é a principal atratividade do atacarejo e estima que gaste 15% menos do orçamento comprando no local. Ainda revela que "compras pequenas" ela realiza no mercadinho próximo de casa.

 

 

O que você achou desse conteúdo?